Na paisagem política do Paraná, a possibilidade de uma nova disputa eleitoral ao Senado vem ganhando contornos interessantes. A figura de Michelle Bolsonaro, cuja popularidade vem crescendo substancialmente entre os eleitores paranaenses, posiciona-se como uma forte candidata em um cenário de possível nova eleição para o Senado no estado. Enquanto a primeira-dama desponta nas pesquisas, as atenções se voltam também para as declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, em uma reviravolta de expectativas, afirmou não apoiar a cassação do mandato de Sergio Moro (União Brasil-PR).
Esta posição de Bolsonaro emerge em um contexto político carregado de tensões e especulações. Em uma conversa com nossa coluna, o ex-mandatário do país expressou sua visão, destacando que sua postura atual é uma extensão de sua conduta prévia em relação a outro nome proeminente da operação Lava Jato, o ex-procurador Deltan Dallagnol (Novo). Bolsonaro enfatizou que não desejou a cassação de Dallagnol, que teve seu mandato de deputado federal interrompido, mantendo uma linha de coerência com sua posição em relação a Moro.
A declaração de Jair Bolsonaro insere-se em um quadro político onde os alinhamentos e as rupturas não são sempre como se espera. Enquanto líderes políticos e analistas ponderam sobre as implicações desta postura do ex-presidente, o cenário político do Paraná mantém-se dinâmico e imprevisível.
Para Michelle Bolsonaro, a eventualidade de uma candidatura ao Senado representa não apenas um teste de sua capacidade de mobilizar apoio popular, mas também coloca em cheque a influência do clã Bolsonaro na região. Se por um lado a liderança dela nas pesquisas indica um respaldo significativo, por outro, a complexidade do jogo político sugere que as eleições, com ou sem a participação de Sergio Moro, serão um campo de disputa acirrada e de resultados imponderáveis.
O episódio evidencia que, apesar da polarização política recente, há nuances e cruzamentos de posições que surpreendem o tabuleiro político nacional, com a opinião de Bolsonaro sobre Moro adicionando mais uma camada de complexidade à política brasileira pós-2022.