O cenário das cafeterias da Starbucks no Brasil sofreu um revés significativo após a crise financeira enfrentada pela SouthRock Capital, conglomerado que detém o controle das operações da marca no país. A instabilidade resultou no encerramento das atividades de 42 das 187 unidades, impactando 22,8% do total de estabelecimentos brasileiros da rede norte-americana. Esses dados foram revelados em uma publicação do jornal Valor, após uma análise do mapa de unidades disponível no site oficial da Starbucks.
A agitação no mercado teve início com o anúncio do pedido de recuperação judicial feito pela SouthRock Capital na última terça-feira. A ação trouxe uma névoa de dúvida sobre a continuidade da presença da Starbucks no território brasileiro, levantando questionamentos sobre a manutenção da licença da SouthRock para a operação da marca.
A situação se agravou com a notificação feita pela Starbucks Coffee Internacional Inc., em 13 de outubro, acerca da rescisão do contrato de licenciamento com a SouthRock devido a atrasos nos pagamentos. Essa decisão resultou no fechamento imediato de várias unidades, embora a SouthRock afirme que mantém as operações da Starbucks em andamento no país.
Atualmente, a SouthRock, que também administra marcas renomadas como Subway e Eataly, está sob uma lupa jurídica. Está prevista uma avaliação pericial a ser conduzida em breve pela Justiça de São Paulo, que tem como objetivo verificar a elegibilidade da empresa para o processo de recuperação judicial.
Enquanto o futuro das operações ainda pende sobre a balança da Justiça, a SouthRock Capital busca demonstrar uma postura de resiliência e comprometimento. Segundo comunicado oficial da empresa, há uma continuidade na operação das marcas de seu portfólio no Brasil, enfatizando que estão trabalhando em conjunto com parceiros comerciais para garantir o desenvolvimento das mesmas. A SouthRock ressalta que negociações e alinhamentos sobre licenciamento são procedimentos corriqueiros dentro do contexto de recuperação judicial e que tais discussões estão sendo tratadas diretamente com os parceiros envolvidos.
A comunidade de consumidores, bem como os empregados das unidades afetadas, aguardam ansiosos pelas próximas movimentações no tabuleiro empresarial que determinarão o destino das amadas cafeterias e, mais amplamente, da oferta de café de estilo americano no Brasil.