No último sábado, 21 de outubro, o mundo despediu-se de Bobi, o cão reconhecido como o mais velho do planeta pelo prestigiado Guinness World Records. Bobi, um exemplar da raça rafeiro alentejano, tradicional de Portugal, desafiou as expectativas ao viver até os 31 anos, considerando que a média de vida da sua raça varia entre 12 a 14 anos.
Em maio, Bobi celebrou seu 31º aniversário em grande estilo, com uma festa que reuniu mais de 100 pessoas na pacata vila portuguesa onde residia. A triste notícia de seu falecimento foi primeiramente compartilhada pela veterinária Karen Becker em sua página no Facebook e posteriormente confirmada pelo Guinness nesta segunda-feira, 23 de outubro.
“Na noite passada, esse doce menino ganhou asas. Mesmo tendo vivido mais que qualquer outro cão na história, seus 11.478 dias conosco pareceram curtos demais para aqueles que tinham Bobi como parte de suas vidas”, lamentou Karen Becker.
Leonel Costa, tutor de Bobi, ao ser questionado sobre o segredo da longevidade impressionante de seu cão, respondeu: “Boa nutrição, contato constante com a natureza, liberdade para explorar o ambiente, cuidados veterinários regulares e, acima de tudo, muito amor. Bobi sempre soube o quanto era amado.”
A façanha de Bobi foi oficializada em fevereiro de 2023. O cão, nascido em 1992, teve sua idade autenticada pelo SIAC, um banco de dados de animais de estimação sancionado pelo governo português e gerido pelo SNMV (Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários).
Contudo, a trajetória de vida de Bobi foi marcada por desafios desde o início. Ele e seus irmãos foram enterrados vivos, pois o pai de Leonel, devido às circunstâncias financeiras e de espaço, optou por sacrificar os filhotes – uma prática, infelizmente, comum na época. Mas Bobi, resiliente, foi o único que conseguiu sobreviver.
Para Leonel, parte da explicação para a extraordinária longevidade de Bobi estava no ambiente em que o cão cresceu, “calmo e tranquilo, longe do agito das grandes cidades”. Nos últimos anos, embora tenha enfrentado problemas de locomoção e visão, Bobi nunca perdeu seu caráter amigável e sociável, como ressaltado por seu devoto tutor.