Famílias desabrigadas pelas chuvas no Paraná, moradoras de União da Vitória, foram acolhidas neste sábado (14) em um hotel do município, onde permanecerão por pelo menos 15 dias. Elas são as primeiras beneficiadas pela determinação do governador Carlos Massa Ratinho Junior, de que os desabrigados sejam levados a hotéis e pousadas com diárias pagas pelo governo estadual.
Eles respondem aos critérios de prioridade definidos pelo governo para este tipo de atendimento e estavam até então em espaços públicos de União da Vitória. O município é um dos mais atingidos pelas chuvas dos últimos dias e a Defesa Civil aponta que há 508 desabrigados na região.
Para a família de Rômulo e Natalia, a notícia do hotel foi um alívio. O casal tem dois filhos pequenos, um deles com o transtorno do espectro autista, e o pai é deficiente visual. A oportunidade ajudará a família se reestruturar com mais conforto e segurança.
“É muito complicado, tem que cuidar dele com a visão, cuidar da menina pequena e do meu filho com autismo. Então, pra gente aqui o conforto vai ser bem melhor, além da segurança”, afirmou Natalia Pereira.
No grupo acolhido, formado por sete famílias, há uma gestante, um bebê em tratamento oncológico, dois idosos, um jovem e uma criança portadores de autismo, um deficiente visual e um paciente psiquiátrico. Todos foram encaminhados com seus responsáveis e familiares.
DETERMINAÇÃO – A medida de contratar vagas em hotéis e pousadas foi determinada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior na quinta-feira (12). Na sexta-feira, o Governo anunciou a destinação de R$1 milhão para custear a rede hoteleira destinada ao atendimento de pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade.
A operacionalização da medida, que atenderá a todos os municípios em situação de emergência, foi definida e alinhada entre secretários estaduais e Defesa Civil.
“Nos abrigos, mesmo bem cuidadas, há pessoas em situações de maior vulnerabilidade, com saúde delicada, idosos acamados, mulheres grávidas, autistas. O governo estadual quer cuidar dessas pessoas”, afirmou o secretário da Justiça e Cidadania, Santin Roveda, que esteve em União da Vitória para acompanhar a ação.
“Por esse motivo, o governador determinou a contratação de hotéis e pousadas, e é isso que estamos fazendo hoje, trazendo essas pessoas para um conforto maior, com café da manhã, almoço e jantar. Tratados, da melhor maneira, tratados como hóspedes”, disse Roveda. “A medida do governador busca exatamente isso”.
O Estado oferecerá hospedagem na modalidade de pensão completa e as diárias serão disponibilizadas por 15 dias, prorrogáveis por mais 15.
MEDIDAS – O secretário Roveda lembrou que, desde o início das ocorrências, o Governo do Estado tem priorizado o atendimento à população e aos municípios. Entre as ações, está a antecipação dos deslocamento da população que habita áreas de risco, por conta dos alertas do Simepar; uma Força-Tarefa da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros foi enviada para regiões atingidas onde passaram a atuar em parceria com os municípios; houve Interdição preventiva de estradas pelo DER-PR.
Após o temporal ocorrido na quarta-feira (11), a Copel mobilizou mais de 800 profissionais para restabelecer o fornecimento de energia, chegando de barcos em alguns locais.
Nesta sábado, foram enviadas 21 toneladas de alimentos da Ceasa Paraná para municípios de Santa Catarina, em especial Taió, e para Porto Amazonas, no sul paranaense, além de 12 toneladas para União da Vitória e Rio Negro. Também foram enviados 12 caminhões com mantimentos, produtos de limpeza, telhas e lonas para as regiões atingidas.
Além disso, houve aporte de recursos emergenciais para os municípios e para empreendedores para recuperação de danos e para apressar a volta à normalidade.
SITUAÇÃO – Conforme boletim da Defesa Civil emitido às 17h30 deste sábado, em todo o Paraná há 829 pessoas desabrigadas e 7.251 desalojadas (estas, acolhidas em casas de parentes e amigos). São 74 municípios afetados e 6.881 casas danificadas.
Segundo o capitão Marcos Vidal, da Defesa Civil, em União da Vitória o Rio Iguaçu continua subindo, de forma mais lenta, mas ainda aumentando o nível. O mesmo acontece em Rio Negro, com o rio do mesmo nome: subindo aos poucos, mas ainda em elevação.
“Tanto as equipes no local quanto a central de monitoramento da Defesa Civil continuam atentas e acompanhando a evolução da situação. Nosso foco está no trabalho de proteção e acolhimento das famílias”, afirma Vidal.