Até dezembro, Curitiba receberá um presente histórico em comemoração aos seus 330 anos: a primeira parte do restauro da secular Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Chagas. A edificação de 1737 é a mais antiga da cidade e fica no Largo da Ordem, no São Francisco.
O trabalho é realizado pela Mitra Diocesana em parceria com a Prefeitura de Curitiba, que disponibilizou cotas de potencial construtivo para a execução da obra.
O emblemático edifício abriga o Museu de Arte Sacra, cuja restauração é a primeira etapa do projeto a ser entregue. Nesta quinta-feira (3/8), o prefeito Rafael Greca e o arcebispo Dom José Antônio Peruzzo visitaram as obras.
“Nos 330 anos da cidade, vamos entregar a restauração do edifício mais antigo de Curitiba, onde tanta memória está acumulada e onde tanto bem foi desejado para essa cidade. Para a alegria do meu coração de prefeito, é a igreja onde meus pais se casaram. Sou fruto dessa igreja”, declarou o prefeito, emocionado.
A visita contou com a presença da equipe técnica responsável pelo restauro, formada pelo engenheiro Cristian Luiz Santos e o arquiteto Tobias Bonk Machado, que detalharam as etapas do trabalho de recuperação da mais antiga igreja da cidade. Também estavam o padre Luciano Ferreira de Lima, a presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Ana Cristina de Castro, e a presidente da Fundação de Ação Social, Maria Alice Herthal.
Dom Peruzzo destacou que o processo de restauração vai além da recuperação de um espaço religioso.
“O trabalho vai mostrar de onde veio tanta criatividade, competência e senso artístico associado à experiência de fé. Estou maravilhado em conhecer um lugar que eu não conhecia, embora tenha vindo aqui tantas vezes”, disse o arcebisbo, referindo-se aos detalhes arquitetônicos e artísticos revelados pelo trabalho dos restauradores.
A Igreja da Ordem já passou por três grandes intervenções, sendo uma delas em 1880, quando recebeu a visita do imperador Dom Pedro II. Agora, a equipe de restauradores fez uma importante descoberta, pinturas murais decorativas datadas do final do século 19, possivelmente realizadas para a ocasião da visita imperial. Esse achado histórico levou ao reposicionamento do projeto de mobiliário do Museu de Arte Sacra, garantindo que as pinturas restauradas fiquem à mostra para o público.