O Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), protocolou uma denúncia contra o ex-deputado federal Jean Wyllys por declarações de cunho homofóbico. O anúncio foi feito por Leite através do Twitter na última quarta-feira, 19 de julho, depois de um embate entre os dois políticos na mesma rede social.
No tweet que divulgou a denúncia, Leite criticou as “falas preconceituosas e discriminatórias” de Wyllys, traçando um paralelo com as ofensas homofóbicas que recebeu anteriormente de Roberto Jefferson e Jair Bolsonaro. O governador, que é abertamente gay, fez questão de sublinhar que a orientação política do ofensor não faz diferença quando o assunto é preconceito.
“Quando Jean Wyllys ataca uma decisão que tomei como governador, ele pode discordar, pode ter uma opinião diferente, mas tentar vincular essa decisão à minha orientação sexual e até às minhas preferências sexuais, sinto-me obrigado a apresentar uma representação. Apresentei esta representação para que a conduta dele seja investigada e todas as consequências sejam desdobradas”, defendeu Leite em vídeo compartilhado na rede social.
A controvérsia entre os políticos começou quando Wyllys criticou a decisão de Leite de manter o programa de escolas cívico-militares no Rio Grande do Sul, apesar de uma decisão contrária do governo federal. Wyllys escreveu: “Que governadores heterossexuais de direita e extrema-direita fizessem isso já era esperado. Mas um gay…? Afinal, gays com homofobia internalizada geralmente desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes”.
Diante do comentário, Leite respondeu prontamente: “Manifestação deprimente e cheia de preconceitos em incontáveis direções… e que em nada contribui para construir uma sociedade com mais respeito e tolerância. Jean Wyllys, eu lamento a sua ignorância”, concluiu o governador.
A investigação está agora nas mãos do Ministério Público, que deverá analisar a denúncia de Leite e decidir sobre as possíveis consequências legais. O Governador do Rio Grande do Sul reforçou que a homofobia, o preconceito e a discriminação são intoleráveis, independentemente de quem os pratique.