Capa Cred – Divulgação
Falta pouco mais de um mês para Curitiba conferir a nova edição do maior festival de artes cênicas da América Latina.
De 27 de março a 9 de abril, a capital paranaense recebe o 31º Festival de Curitiba, trazendo mais de 350 atrações, entre estreias nacionais, espetáculos premiados, peças internacionais e a volta do Fringe, além de dança, circo, humor, música, oficinas, shows, performance e gastronomia.
A Mostra Lúcia Camargo, que faz referência à paranaense que era um dos nomes mais atuantes na cultura brasileira, contará com 32 espetáculos para representar a diversidade contemporânea do teatro nacional e internacional. As peças foram selecionadas pela curadoria da mostra, composta pela produtora e pesquisadora Daniele Sampaio, pela atriz e diretora Giovana Soar, e pelo dramaturgo e crítico teatral Patrick Pessoa.
Hamlet, do grupo peruano Teatro La Plaza, composto por artistas com síndrome de Down, abre a programação (Créd. Teatro La Plaza)
Os espetáculos que passam pelo Guairão, são a montagem de abertura é “Hamlet” do grupo peruano Teatro La Plaza, composto por artistas com síndrome de Down; o monólogo “Ficções”, com Vera Holtz e dirigido por Rodrigo Portela; o aguardado “Intimidade Indecente” com Marcos Caruso e Eliane Giardini como o casal protagonista; o último trabalho dirigido por Jô Soares (1938-2022) no teatro, “Gaslight – Uma Relação Tóxica” é um dos maiores sucessos da história da Broadway; com músicas de Zeca Balero e Newton Moreno, com a atuação do ator Cassio Scarpin (O Nino de Castelo Rá-Tim-Bum), “O Bem-Amado Musicado” é uma nova versão do clássico de Dias Gomes. No campo da dança, o célebre Grupo Corpo marca presença com duas peças, “Breu e Primavera”.
Em Intimidade Indecente, Marcos Caruso e Eliane Giardini atuam como o casal protagonista (Créd. Divulgação)
No Guairinha, a estreia nacional de “O Tempo e a Sala” é uma coprodução com o Festival de Curitiba. No elenco, atores curitibanos de sucesso nacional e o retorno de Simone Spoladore ao teatro, com direção e atuação de Leandro Daniel. “A Invenção do Nordeste”, desconstrói o mitos sobre “ser nordestino”, “Prot{AGÔ}nistas”, dirigido por Ricardo Rodrigues e com 18 artistas no elenco, é uma mistura de teatro, música e circo, em um espetáculo para toda família, e “Tartufo” é Molière em versão musical expressionista e sem falas, que tem em sua trama central um falso devoto se infiltra na casa de uma família para se beneficiar de sua ingenuidade.
Com músicas de Zeca Balero e Newton Moreno e atuação do ator Cassio Scarpin, O Bem-Amado Musicado é uma nova versão do clássico de Dias Gomes (Créd. Ronaldo Gutierrez)
A companhia holandesa Wunderbaum escolheu o Festival de Curitiba para sua estreia mundial da comédia musical “Square / Praça”. No espetáculo gratuito, na praça Santos Andrade, serão distribuídos um número limitado de fones de ouvido ao público. A peça mostra o cotidiano de uma praça pública com uma explosão sonora e sensorial.
Dois espetáculos de dança contemporânea no Teatro da Reitoria: o surpreendente “c h ãO”, da dupla Marcela Levy e Lucía Russo e o vigoroso e tecnológico “Matéria Escura”, do grupo Cena 11. No mesmo palco, a Cia de Teatro de Heliópolis traz “Cárcere Ou Porque As Mulheres Viram Búfalos”, um dos espetáculos mais comentados de 2022, que recebeu o Prêmio APCA de Melhor Dramaturgia e indicado ao Prêmio Shell nas categorias Direção, Dramaturgia e Música.
Karaíba fala da formação do Brasil sob a perspectiva dos povos originários com a maior participação indígena em elenco e produção já vistos em festivais no Brasil (Créd. Brigiti Bandini)
O SESC da Esquina recebe “Karaíba” que fala da formação do Brasil sob a perspectiva dos povos originários com a maior participação indígena em elenco e produção já vistos em festivais de teatro no Brasil. “Desfazenda – me enterrem fora desse lugar”, do coletivo O Bonde, com direção de Roberta D’Alva e dramaturgia de Lucas Mura, repleta de ineditismos, é baseada no texto original \”Como criar um corpo negro sem órgãos\”. No aclamado “E.L.A”, a performance de Jéssica Teixeira chama para o debate anti-capacitista. Já “Tragédia”, do quarteto Quatroloscinco, apresenta leitura contemporânea do clássico grego Antígona, de Sófocles.
O célebre Grupo Corpo marca presença com duas peças, Breu e Primavera (Créd. José Luiz Pederneiras)
O Teatro Zé Maria recebe “Stabat Mater”, da premiada Janaína Leite, que é acompanhada no palco por sua própria mãe e pela figura de Príapo, em que articula de forma rígida temas historicamente inconciliáveis. Na estreia nacional de “Adoráveis Transgressões”, um cabaré selvático a partir da obra de Copi e Leonarda Glück que fala de família e representatividade trans e queer. Na mesma temática, “Brenda Lee e o Palácio das Princesas” é um musical sobre a ativista que fundou a primeira casa para pessoas com HIV/Aids, do Brasil. No solo “Sobrevivente”, a atriz curitibana Nena Inoue investiga as origens e apagamentos na vida das mulheres de sua família. Já “Enquanto Você Voava, Eu Criava Raízes”, da Cia Dos à Deux, é uma história de amor contada sem palavras entre o teatro, a dança e as artes visuais.
Vera Holtz estará em Ficções, monólogo premiado dirigido por Rodrigo Portela (Créd. Wesley Cardozo)
Na Casa Hoffmann, “O Que Meu Corpo Nu Te Conta”, do Coletivo Impermanente, é uma experiência sobre temas universais como assédio sexual, gordofobia, racismo, etarismo e infertilidade. “Eu Tenho Uma História Que Se Parece Com a Minha” é uma instalação performance de Tetembua Dandara, que ativa suas emoções no palco com sua avó, Dirce Poli, de 95 anos, com interferências de sua mãe, Neuza Poli, e de sua irmã, Mafoane Odara, que contará com a preparação de comidas em que o público é convidado para uma experiência com vozes e sabores.
Atores curitibanos de sucesso nacional e o retorno de Simone Spoladore ao teatro em O Tempo e a Sala (Créd. Simone Spoladore)
Dois artistas curitibanos com trajetórias importantes no teatro nacional estreiam espetáculos na Mostra Lucia Camargo. O renomado iluminador Beto Bruel estreia como diretor em “Ovos Não Têm Janela”, de Manoel Carlos Karam, no Auditório Poty Lazarotto, do MON. E em “Sonho de Uma Noite de Verão”, clássico de Shakespeare, o diretor Maurício Vogue promete uma versão alegre e divertida da obra, com apresentações no Dizzy Café Concerto.
Novidade – Mostra de Solos
Dentro da programação da Mostra Lucia Camargo, uma das novidades é a “Mostra de Solos”, apresentando as peças O Grande Dia”, “Reencarnação Ao Vivo”, “Arqueologias do Futuro”, “Experimento Concreto e “Vienem por Mí”, cinco trabalhos que oferecem um pequeno panorama do alcance estético e social das produções teatrais de artistas que, de alguma forma, foram invisibilizados. A sede será na Casa Hoffmann.
Os ingressos estão disponíveis no site oficial do festival e na bilheteria física exclusiva do Shopping Mueller (piso L3), de segunda-feira a sábado, das 10h às 22h; domingos e feriados, das 14h às 20h.
A programação completa do Festival de Curitiba pode ser conferida no site oficial.
Dentro do Festival de Curitiba, ainda fazem parte a Mostra Fringe, que volta reestruturada, trazendo parte da programação gratuita e acessível a todos os públicos, com companhias de teatro, circo, música, dança e outras vertentes artísticas do Brasil e de outros países, que participam por meio de cadastro voluntário; o Interlocuções, programação gratuita, com debates, encontros, palestras, mesas redondas, sessões de autógrafos, oficinas, filmes e lançamentos de livros; o Guritiba, um projeto cultural e social que comofoco a democratização do acesso à arte para crianãs, adolescentes, educadores e suas famílias; o Mish Mash, mostra de variedades artísticas e performáticas com números de malabarismo, mágica, mímicas, circo, palhaçaria, música, entre outras vertentes; o Risorama, o mais tradicional festival de comédia nacional e que traz os maiores nomes do humor do Brasil em apresentações com serviço de bar ao público; e o Gastronomix, evento artístico e gastronômico ao ar livre que une gastronomia, programação de música instrumental e artes cênicas.