Técnicos da Prefeitura de Curitiba e da empresa Tembici alinham os detalhes finais para a implantação dos serviços de bicicletas compartilhadas na cidade. A estimativa é que no início do segundo semestre deste ano, Curitiba tenha as estações implantadas e as bicicletas disponíveis para a locação.
“A oferta de bicicletas compartilhadas, como fortes componentes à intermodalidade do transporte, representa mais um passo do esforço da Prefeitura em favor da mobilidade limpa, ativa e sustentável. Estamos caminhando para poder contar com esse serviço no começo do segundo semestre”, afirma o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, Luiz Fernando Jamur.
A cidade também avança na implantação da infraestrutura voltada à ciclomobilidade. Atualmente, Curitiba conta com 261,9 quilômetros, entre ciclovias, ciclofaixas em vias e/ou calçadas, ciclorrotas e passeios compartilhados entre pedestres e ciclistas.
Bicicletas e estações
No encontro, foram discutidos ajustes na locação das futuras estações, que terão 50 endereços por toda a cidade, em parques e próximos a praças e terminais de transporte do centro e em bairros, pontos de grande circulação de pessoas.
“Ficamos felizes em conseguir trazer para cá um projeto de mobilidade sustentável com inovação tecnológica para uma cidade que tem sinergia com os valores da empresa”, frisa Marília Lessa, da Tembici.
Esse processo de detalhamento e aprovação das estações segue também uma agenda de reuniões técnicas que envolvem encaminhamentos para a anuência de outras instâncias administrativas, como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), para equipamentos no entorno de imóveis federais tombados e também do governo do Estado, quando se trata da proximidade de bens estaduais de interesse histórico.
A operação em Curitiba deverá contar com 500 bicicletas, entre modelos convencionais e com pedal assistido (elétricas). O sistema de compartilhamento de bikes com estação irá funcionar 24h, sete dias por semana, permitindo o acesso a informações, o cadastramento de usuários, retirada e devolução das bikes, de forma ininterrupta.
O sistema de compartilhamento de bikes com estação é acompanhado de soluções tecnológicas para permitir o acesso a informações, o cadastramento de usuários, retirada e devolução das bikes de forma digital. Para que possam utilizar as bicicletas, os usuários terão que fazer um cadastro e adquirir um plano pelo aplicativo de celular que será disponibilizado pela Tembici.
“A bicicleta também tem um QR-Code que permite o destravamento via aplicativo. Os planos serão definidos em várias modalidades para atender melhor aos usuários, conforme os diferentes usos do sistema, desde avulso, até planos anuais”, explica Marília.
A empresa oferecerá assinaturas variadas, como viagem única, plano lazer, plano mensal e plano anual, para contemplar usuários eventuais e habituais. Os preços ainda estão sendo definidos pela empresa e vão depender do número de patrocinadores. Após o uso, a bike precisará ser devolvida obrigatoriamente em uma das estações.
A fiscalização do serviço será de responsabilidade da Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito, através da Superintendência de Trânsito (Setran).
Tecnologia
Primeira empresa a apresentar proposta ao chamamento público, iniciado em maio do ano passado pela Prefeitura, para a implantação, instalação, manutenção e operação de sistemas de compartilhamento de bicicletas, a Tembici apresentou modelos de bicicletas que devem circular por Curitiba no Dia Mundial Sem Carro, em 22 de setembro de 2022, como parte da ação Curitiba Viva Bem.
A previsão inicial da Tembici era a de implantar um protótipo de estações para testes das bicicletas já em novembro de 2022. Para a apresentação de um modelo já em funcionamento, a amostragem foi feita no Rio de Janeiro, onde existem estações com paineis similares aos que deverão ser implantados em Curitiba e galpões de monitoramento, com acompanhamento de técnicos locais.
“Nossa parceira é a PBSC Urban Solutions. São bicicletas com sistema de origem canadense com inteligência robusta de uma empresa de ponta no Mundo em bicicletas compartilhadas”, diz Marilia.
No Brasil, a Tembici tem montadoras nas cidades de Manaus e Extrema, localizada ao sul de Minas Gerais, de onde as bicicletas e estações são distribuídas às praças brasileiras que contam com os serviços da Tembici (Brasília, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Recife, Jaboatão e Olinda).
“Todas as praças contam com galpões logísticos onde são feitos o remanejamento operacional e o controle da frota por meio de telões que indicam estações cheias ou vazias. Todas as estações são inteligentes e emitem sinais de internet conectados à central operacional”, explica a representante da Tembici.
Participaram da reunião no Ippuc, Camila Muzzillo e Francisco Rasia, responsáveis pelo Plano de Estrutura Cicloviária no Instituto, Edival Villar Junior, do setor de Equipamentos Urbanos e Acessibilidade do Ippuc; Gustavo Garret, Gerente de Programas de Segurança Viária e membro da Comissão de Assessoramento Técnico da Superintendência de Trânsito (Setran) e Marcio Geferson de Souza, coordenador de Projetos Setran e Loreley Motter Kikuti, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA).
Curitiba Viva Bem é uma política pública e uma das principais agendas da gestão do prefeito Rafael Greca, assim como a mobilidade urbana, sustentabilidade, empreendedorismo de impacto, cultura da inovação como processo social e cidade educadora. A importância da saúde e bem-estar para os curitibanos motivou a Prefeitura a mobilizar todas as áreas da gestão pública, que estão ampliando as ações de forma conjunta através do Curitiba Viva Bem.