Cred – Divulgação/Deezer
A luta por uma sociedade mais justa e igualitária não é assunto novo, é algo que já percorre um longo caminho e que em 1917, ganhou uma base para se apoiar com a criação do Dia Internacional da Mulher.
Diante de tantas dificuldades na luta por direitos igualitários, há 35 anos, surgia um grupo de mulheres que transformaria para sempre o futuro dos direitos femininos no Brasil. O chamado Lobby do Batom contava com ativistas e legisladoras que se mobilizaram na “Carta das Mulheres Brasileiras aos Constituintes” para modificar a realidade — e emplacar reivindicações de equidade de gênero na Constituição de 1988.
Lobby do Batom? O que foi isso?
Composto por jornalistas, médicas, professoras e mulheres de várias outras profissões. O Lobby do Batom, que também foi chamado de “Lobby das Meninas”, foi o nome dado ao movimento feminino realizado na Assembleia Constituinte de 1987/88 e que mudou para sempre a nossa Constituição.
“As lobistas, com ou sem batom, usaram e abusaram de inteligência, paciência, persistência e, acima de tudo, estratégia. Não conseguiram tudo que almejavam, mas conseguiram muito. E avançaram os direitos das mulheres como nunca antes. Deixaram para as gerações seguintes uma base sólida sobre a qual construir um futuro melhor para todas nós. É um exemplo que merece ser conhecido. E copiado”, diz Branca Vianna, presidente e fundadora da Rádio Novelo.
O que elas queriam?
No documento, idealizado entre 2 mil mulheres, os pedidos eram revolucionários para a época e incluíam avanços como: o aumento de direitos civis, econômicos e sociais; igualdade jurídica entre homens e mulheres; licença-maternidade de 120 dias; o direito de serem donas de suas próprias terras e a igualdade de direitos e responsabilidade familiar.
Elas conseguiram? Vem descobrir!
Com 7 episódios, Jogo de Cartas, podcast original da Deezer produzido pela Rádio Novelo em parceria com o Instituto Update, destrincha essa história com um storytelling envolvente que, por meio de relatos e memórias — e uma pesquisa de campo que levou mais de 1 ano para ser concluída –, coloca as mulheres da época como protagonistas daquele período. Em formato narrativo, a série ressignifica a importância da participação feminina em espaços políticos e reforça o papel das mulheres em transformar a realidade.
Para Beatriz, que além de apresentadora também é uma das idealizadoras do projeto, um dos maiores desafios das mulheres na política é a invisibilidade de suas ações e realizações. “Não é coincidência que sabemos muito pouco ou quase nada sobre como os direitos que usufruímos são produtos da luta, tática, estratégia e articulação de centenas de mulheres. E esse podcast tem esse objetivo: contar uma história do passado para explicar o presente e construir um futuro em que as mulheres são protagonistas e lideranças inquestionáveis para a democracia brasileira. A partir de uma narrativa cativante, conhecemos como elas foram capazes de driblar um sistema criado para não enxergá-las”, explica.
A apresentação é de Beatriz Della Costa, cientista social e co-fundadora do Instituto Update, em parceria com a jornalista Vitória Régia da Silva. A equipe de produção, formada por profissionais da Rádio Novelo, da Deezer e do próprio Instituto Update, contou com mais de 30 profissionais — a maioria mulheres –, entre roteiristas, coordenadoras e pesquisadoras sobre política e questões de gênero.