Juliana Lopes, empresária londrinense e filha da ex-ministra da República, Márcia Lopes, e do ex-professor da UEL, Paulo Lopes, faleceu no último sábado (4) após uma luta de quatro anos contra o câncer. A notícia da sua morte deixou amigos e familiares em luto e várias homenagens foram prestadas a Juliana, que era conhecida pela sua alegria.
Na última quinta-feira (1), Juliana publicou uma emocionante carta nas redes sociais que soava como uma despedida. Nela, ela escreveu sobre o verdadeiro sentido da vida: viver, amar e buscar a felicidade nas situações mais simples. “Nesse momento difícil, intenso, em que a vida se esvai, ainda assim é preciso desmistificar a doença, a morte. Sou prova viva de que é possível ser feliz com câncer. Eu fui”, escreveu ela.
A empresária deixou o esposo e dois filhos, mas também deixou muitas lembranças e um exemplo de coragem e alegria de viver. Na carta, Juliana agradeceu à sua família, amigos e à equipe médica que a cuidou durante a sua jornada de quatro anos. “Eu vivi. Eu fui feliz. Eu convivi com as pessoas da minha vida, da forma mais plena e leve que pude. Com dignidade e amor”, escreveu ela.
Sua morte é uma grande perda para todos que a conheceram e um lembrete da importância de viver a vida com alegria e intensidade, independentemente das dificuldades que possam surgir.
Leia abaixo a carta:
Nesse momento difícil, intenso, em que a vida se esvai, ainda assim é preciso desmistificar a doença, a morte. Sou prova viva de que é possível ser feliz com câncer. Eu fui. 🙏❤️
Reescrevo algumas coisas aqui, para continuar mostrando que, se por um lado houve razão para a tristeza e a apreensão, pela doença, o tratamento, a ansiedade para que tudo passasse logo e que eu tivesse chance de uma vida longa… Por outro, sempre tive a opção da alegria, um antídoto que foi poderoso contra qualquer tentação de pessimismo. Que foi a minha escolha. E continuaria sendo. Mas temos nosso tempo nesse mundo.
Pode soar estranho, mas nessa montanha russa, que foram esses últimos quase quatro anos, cheguei a sentir um alívio. Porque me livrei de mesquinharias e obrigações. Convenientemente, reduzi meus deveres a somente um: VIVER.
O resto foi consequência. E contingência. Eu vivi. Eu fui feliz. Eu convivi com as pessoas da minha vida, da forma mais plena e leve que pude. Com dignidade e amor.
Tudo, graças à vocês. Minha família amada que, quando preciso, virou equipe médica, cuidando sempre de mim; que continuou embalando nas minhas festas e eventos (que iam de 15 a 130 pessoas); que abraçaram meus amigos, como sempre e como deles; enfim, que foram incansáveis em me ver feliz, em me encher de fé, de coragem, de amor.
À todos os amigos e amigas, que aceitaram que eu não mudaria nada na minha essência, nas minhas escolhas, na minha forma de encarar a vida e o mundo, e continuamos a viver, a conviver, como eu sempre fui. Dei um pouco de trabalho, mas eles também me deram. Placar zerado.
E, finalmente, à equipe médica, que me cuidou, com competência e humanidade. A do Centro de Oncologia e Radioterapia de Londrina (Dr. Jorge Malli; Dra. Marcela Uchoa; Dr. Renan Casagrande); à equipe de Ribeirão Preto (Dr. Leandro Colli e Dr. Lucas Moretti) e a equipe do Programa de Cuidados Paliativos da UNIMED (Dra. Heloísa Marconato com aquela equipe sensacional), anjos da guarda. Que com toda atenção e comprometimento com a vida dos pacientes, salvam nossos dias, nossos corpos, nossas vidas.
A morte é o grande clichê da vida. Simplesmente, porque ela é implacável e a mais democrática das situações humanas. TODO MUNDO vai. Assim mesmo, não sabemos lidar com ela, porque ela nos arranca, sem aviso prévio, as pessoas que amamos e pode nos arrancar delas, da mesma forma. Mas sabe o que é felicidade???
É estar passando pelo momento mais sinistro da vida e receber o melhor das pessoas. E descobrir o melhor de si mesma.
Vivam meus amores.❤️
Levo um pouquinho de cada um de vocês, aqui dentro. Deixo amor e festa.❤️