Uma pesquisa da Docway, empresa de saúde digital que oferta soluções completas de telemedicina para empresas de todos os segmentos, constatou que, de 2020 para 2021, houve um crescimento de 500% em casos diagnosticados dentro dos quadros de ansiedade e depressão. Desses, o gênero feminino representa quase 60% dos diagnósticos relacionados à saúde mental.
Pensando nisso, promoveu no último dia 8 de março, em parceria com o Instituto SulAmérica, organização sem fins lucrativos cujo objetivo é promover o acesso à saúde emocional para pessoas em situação de vulnerabilidade social, uma ação social em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, possibilitando que mulheres de todo o país agendassem consultas de atendimento psicológico de forma 100% gratuita, sem limite de sessões de recorrência, válidas até o fim de 2022. Serão cerca de 20 mil consultas em benefício de 600 mulheres.
“As mulheres frequentemente experimentam sofrimento com a dupla jornada de trabalho, e o cenário desencadeado pela pandemia reforçou esse papel. O relato de sentimento de culpa por não produzir incansavelmente ou não conseguir dar conta de tudo tem crescido, sobretudo por vivermos em uma sociedade patriarcal. A cobrança por produtividade constante, reforçada também pelas redes sociais, amplia o sentimento de culpa ou de improdutividade por praticar pausas e descansos saudáveis e necessários. Precisamos olhar com mais carinho e respeito à saúde das nossas mulheres, que representam uma grande e imprescindível força de trabalho nas empresas”, explica Karen Silva, coordenadora do núcleo de Psicologia da Docway.
Dentre as mulheres que se aderiram à campanha realizada neste ano, 25% estão atualmente desempregadas e 26% não chegaram a iniciar o ensino superior. Mais de 45% ganham até dois salários mínimos e chefiam a casa. As principais queixas recebidas foram de ansiedade (40%), seguida por depressão (17%), estresse (10%) e problemas familiares (7%).
“Uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde neste ano trouxe o dado alarmante de que há hoje mais pessoas com diagnóstico de depressão do que de diabetes no Brasil – e que a doença afeta muito mais as mulheres do que os homens. Esse cenário é um reflexo de problemas estruturais de desigualdade, preconceito e violência de gênero em nossa sociedade. Por isso, dizemos que a saúde emocional é um direito”, comenta Luiz Pires, diretor executivo do Instituto SulAmérica. “Temos recebido muitos feedbacks positivos em relação ao tratamento, com mulheres dizendo que se sentem mais tranquilas e motivadas com esse acompanhamento, principalmente daquelas que nunca tiveram a oportunidade de fazer terapia e agora sentem que deveriam ter começado antes”, complementa Karen.