Juros mais altos refletem um menor poder de compra e, consequentemente, acendem um alerta para pedidos de créditos e investimentos. Mas nem sempre essa conta é exata. Por isso, é importante entender o momento que estamos passando e como o país chegou nessa situação econômica. A começar em como a pandemia afetou esse cenário.
“Começamos com uma economia crescente pré-Covid, mas com todo o reflexo que a pandemia causou no Brasil e no mundo foi preciso ativar medidas para tentar conter a inflação. A taxa Selic está relacionada a esse cenário”, explica o especialista da Viacredi, cooperativa do sistema Ailos, Lenon Bonk Sabino.
A taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), cujo aumento foi anunciado na útlima quarta-feira (15), é a taxa básica de juros brasileira e influencia diretamente o cotidiano das pessoas, desde o desempregado, trabalhador informal até o micro ou grande empresário. A taxa foi a 13,25%, aumentando pela 11ª, vez consecutiva. É o maior juro básico desde 2016.
“Isso impacta diretamente no poder de compra da população, que precisa repensar seus gastos e seu planejamento financeiro”, salienta Sabino. Ainda de acordo com ele, o aumento consecutivo da Taxa Selic nos últimos meses não é a única questão que contribui para afetar diretamente o bolso da população.
“Paralelo a isso, ainda estamos vivenciando um cenário de guerra na Ucrânia e isso influencia a economia de uma maneira global”, considera. Resumidamente, a resiliência da inflação no Brasil, o complicado cenário de guerra e os impactos nas altas dos combustíveis, aliados ao medo de problemas fiscais no futuro estão causando um cenário de extremo desconforto.
E qual a orientação para o momento? O especialista lista 5 coisas que podemos fazer para evitar prejuízo financeiro.
1 – Taxa Selic aumento de novo. E agora? – Este aumento impactará diretamente a busca pelo crédito. Com poder aquisitivo menor, muita gente pode pensar em buscar crédito, mas é preciso avaliar o momento, pois as taxas de juros estão mais altas. “Estude a real necessidade e, posteriormente, procure por uma instituição financeira especializada em crédito”, considera Sabino.
2 – É hora de investir? É um excelente momento de fazer investimentos com taxa de renda fixa. Baixo risco e boa rentabilidade. Isso vai reduzir e trazer menos ameaças para quem tem dinheiro investido.
3 – Atenção com a renda variável – É um momento de cautela e prudência. Para este tipo de operação, verifique antes como está sua reserva de emergência e de oportunidade. Respeite seu perfil de investidor. Em caso de dúvida, busque apoio de um especialista.
4 – É hora de se planejar financeiramente – Faça contas, compare gastos, busque alternativas para economizar. Este período pede cautela em casa e nos negócios. Se possível, faça uma reserva de oportunidade, que é muito parecida com uma reserva de emergência (aquele dinheiro que você reserva para usar apenas em situações emergenciais ou está poupando para realizar algum sonho). Ou seja, economize, para utilizar os recursos em uma hora mais apropriado.
5 – Faça uma consultoria especializada – Se você tem um negócio, este é o momento de buscar um especialista para entender se precisa cortar gastos e como fazer isso, mas também se planejar para crescer. “Uma consultoria especializada pode ajudar na tomada de decisões que impactam a saúde financeira, familiar e dos negócios”, conclui Sabino.