Requerimento de votos de congratulações e aplausos ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) gerou debate na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), na sessão plenária desta segunda-feira (25). De iniciativa da vereadora Professora Josete (PT), com a justificativa de homenagear os 100 anos de fundação da sigla, a proposição foi rejeitada por 14 votos contrários, 5 favoráveis e 3 abstenções (077.00137.2022).
“A gente vive um momento em que a polarização, em que o ódio, está muito presente”, lamentou Josete, após a rejeição do requerimento. Segundo ela, o PT e o próprio PCdoB não concordam com “distorções que aconteceram ao longo do tempo”. “Mas isso não tira o mérito do PCdoB como um partido atuante, como um partido que sempre se colocou a favor dos trabalhadores e a favor de uma sociedade justa. Hoje se repetem mentiras sem se buscar as fontes”, apontou.
“Acredito, sim, nas boas intenções do Partido Comunista e do regime comunista, enfim, mas na prática a gente sabe, é histórico, que milhões de pessoas foram mortas, foram assassinadas na China, na Ucrânia, diversos países, em nome do comunismo e das boas intenções”, encaminhou Indiara Barbosa (Novo).
Maria Leticia (PV) justificou o voto favorável “justamente pela democracia”. Para ela, a Câmara Municipal não deve optar pela direita ou pela esquerda: “Nós temos que escolher todos os lados”. A Casa, em sua avaliação, “mais uma vez, perde a oportunidade de demonstrar grandeza”. Em regimes autoritários, respondeu Amalia Tortato (Novo), “não há democracia”. “Nem esse debate teríamos aqui”, opinou.
Carol Dartora (PT) defendeu que “a diversidade e a pluralidade só enriquecem qualquer espaço”. “Desconstruir o conceito de igualdade é a maior bizarrice que pode acontecer”, opinou. “O Partido Comunista do Brasil tem uma história, um legado, e não reconhecer isso demonstra essa despolitização”.
O Pastor Marciano Alves (Solidariedade) declarou o voto contra a proposta a partir da experiência como evangelizador na China, onde disse ter presenciado dificuldades para a expressão religiosa, e em Seul, “ao lado da Coreia do Norte, um país de extrema miséria e decadência”.
Osias Moraes (Republicanos) afirmou “se tratar de um ato político, simplesmente” e pediu respeito ao posicionamento contrário aos votos de congratulações. “Discordo de algumas pautas, mas não deixo de respeitar o partido”, afirmou. “Vai contra aquilo que eu acredito e eu vou votar contra”, completou Ezequias Barros (PMB).