Nesta quarta-feira (8/12), em Brasília, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, conclamou o governo federal a aportar recursos no transporte público das grandes cidades como forma de promover a retomada do desenvolvimento e evitar o colapso do setor – que enfrenta uma crise que vêm comprometendo o sistema na maioria dos municípios de maior porte.
“É chegada a hora de Brasília dar recursos para o transporte público”, afirmou Greca ao ter a palavra em encontro de prefeitos de grandes cidades com deputados federais, na Câmara Federal.
Vice-presidente de Inovação da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), o prefeito curitibano participa do “Dia D”, de mobilização de administradores de capitais e grandes cidades em defesa de pleitos urgentes aos municípios.
Para Greca, a solução para a crise no transporte público passa pelo subsídio ao setor por parte do governo federal.
“No mundo inteiro, de Pequim a Berlim, de São Paulo a Bombaim, existe o subsídio do governo central ao transporte público. Os Estados Unidos e a Inglaterra também aportaram recursos no transporte público neste ano. É um efeito atenuador da pandemia e provocador da retomada econômica”, reforçou o prefeito.
A capital paranaense teve queda de 80% no número de passageiros a partir de março de 2020, com o início da pandemia. Agora, recuperação do volume de pessaos transportadas está ocorrendo agora e de forma lenta. “Em Curitiba o transporte custa R$ 4,50 e é totalmente integrado a nove cidades vizinhas. A tarifa técnica [custo real da passagem], que no começo da pandemia era de R$ 5,65, este mês já é de R$ 7,15. Não é possível colocar o transporte com uma passagem custando R$ 7. É inaceitável. Não suportaremos mais um ano e não podemos aumentar a passagem a custo real. Nosso compromisso é com os cidadãos”, frisou Greca.
O prefeito ressaltou, que em 2020, a Prefeitura de Curitiba aportou R$ 190 milhões no transporte público e, em 2021, outros R$ 160 milhões. O governo do Estado também auxiliou a capital paranaense com subsídio em torno de R$ 40 milhões para a integração metropolitana. Curitiba instituiu o Regime Emergencial de Custeio do Transporte Coletivo para contornar os efeitos da pandemia. Com isso, diminui os custos, manteve a sustentabilidade do sistema e os serviços funcionando, sem riscos de paralisações (que foram registradas em outras cidades).