O Ministério da Saúde mudou nessa quinta-feira a recomendação sobre a vacinação contra covid-19 dos adolescentes de 12 a 17 anos. Na quarta tinha começado a imunização de todo esse grupo. O ministério decidiu que, nessa faixa etária só devem tomar vacina quem tiver comorbidade, alguma deficiência ou estiver privado de liberdade.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que, agora, os menores de idade que não estão nessas condições e já receberam a primeira dose não devem tomar a segunda.
Entre os motivos para a mudança está a melhora do cenário epidemiológico no país, com reduções nas médias de mortes e novos casos. O ministério também avalia que os menores de idade têm menos chance de desenvolver a forma grave da covid-19.
Durante um evento online nessa quarta-feira, a diretora de Imunização e Vacinas da OMS, Kate O’Brien, defendeu que, neste momento, a prioridade é vacinar os adultos.
Antes mesmo do início oficial da vacinação das pessoas com idade entre 12 e 17 anos, que ocorreu nessa quarta, todos os estados já estavam aplicando vacinas nesse público. Foram mais de 3,5 milhões de doses. Desse total, 1.545 adolescentes apresentaram efeitos adversos.
Um rapaz de 16 anos que tomou a vacina Pfizer em São Bernardo do Campo, São Paulo, morreu. Os gestores de saúde e a Anvisa investigam o caso. A agência reguladora informou que não existe nenhuma evidência que associe a morte com a vacina.
O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, explicou o que são e o que causou esses efeitos adversos.
Todos os estados e o Distrito Federal aplicaram as vacinas AstraZeneca e CoronaVac nos menores de idade. E só Tocantins não aplicou também a Janssen. Esses três imunizantes só têm autorização da Anvisa para uso em adultos.
Sobre a vacinação de adolescentes, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pediu que, além de aplicarem apenas a vacina da Pfizer, estados e municípios sigam a nova recomendação de só imunizar os menores de idade com comorbidade, alguma deficiência ou privados de liberdade.
Em nota, os conselhos que representam os secretários estaduais e municipais de Saúde defenderam a continuidade da vacinação na faixa etária de 12 a 17 anos e disseram que não foram consultados sobre a mudança. Para eles, a decisão não tem base técnica e científica, e coloca em risco a principal ação de controle da pandemia, que é a vacinação. Sobre os erros de imunização, as entidades disseram que representam 0,75% dos vacinados e que esses erros podem ter ocorrido na hora de lançar as informações no sistema, não na aplicação das doses.