Desenvolvida nos Estados Unidos e reconhecido pela Associação para a Ciência do Tratamento do Autismo dos EUA como único tratamento cientificamente eficaz contra o autismo, a terapia ABA ( Applied Behavior Analysis – Análise Comportamental Aplicada em tradução livre) e a Aprendizagem relacional generalizada é a mais recente novidade no enfrentamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil.
Inovadora e desenvolvida a partir de rigorosas pesquisas médicas e científicas, a terapia ABA e a Aprendizagem relacional generalizada, considerada uma revolução no tratamento do Autismo (Transtorno do Espectro Autista (TEA)) estará disponível em Curitiba a partir desta terça-feira, dia 19. A chegada do tratamento, não só a capital paranaense, como ao Brasil, tem ligação direta com a busca de uma mãe em oferecer mais qualidade de vida e desenvolvimento ao seu filho Autista. Determinada a ajudar o filho Davi, de 11 anos, a superar as limitações impostas pelo Autismo, a administradora de empresas Michele Pires não mediu esforços em sua busca e pesquisa sobre o tratamento do Autismo. "Eu sempre busquei oferecer a meu filho uma forma de se desenvolver, poder estudar, ter uma profissão e se inserir no mercado de trabalho. Esse objetivo me levou a conhecer a terapia ABA e a Aprendizagem relacional, sua aplicação e seus resultados cientificamente comprovados. A partir disso, minha meta foi não só oferecer a ele essa terapia, mas trazê-la para Curitiba, tornar possível o tratamento para outras famílias", explicou Michele.
Graças ao sonho e a determinação de Michele juntamente com a sua sócia Daniela Mendonça, responsável por trazer o currículo para o Brasil e Know how em três currículos desenvolvidos à partir da ciência ABA, chegam a Curitiba. São eles Peak: (Promovendo a Emergência e Avanço no Conhecimento) para a avaliação e intervenção focado no aprender relacional; Peers (Programa de Educação e Enriquecimento de Habilidades sociais) para o desenvolvimento de habilidades com o foco na socialização; e A.I.M (Aceitar, Identificar, Mover) que trabalha com as habilidades socioemocionais com base na Terapia da aceitação e compromisso e prática de Mindfulness. A equipe conta também com outra sócia, Marcela Ávila com larga experiência prática na aplicação de tratamentos baseados em ABA.
Segundo Michele, a evolução das crianças com o tratamento é surpreendente e demonstra que é possível que uma pessoa com o TEA consiga estabelecer parâmetros de vida social e profissional, cada um com suas particularidades. "É uma terapia que revoluciona a vida do paciente. As melhoras no aprendizado, nas questões de sociabilidade e subjetividade são cristalinas. Leva a criança a uma nova condição de vida e relação com os ambientes e contextos diários", revelou.
Ausência de tratamentos
No Brasil, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de dois milhões de brasileiros estão dentro do espectro Autista. No mundo, a OMS estima que sejam perto de 70 milhões de pessoas e este número vem aumentando. A complexidade do transtorno torna o tratamento difícil e Michele revela que no Brasil, hoje, um dos maiores obstáculos das famílias com casos de TEA está no tratamento terapêutico eficaz dos pacientes. "É uma necessidade real o tratamento voltado para pessoas com TEA com mais de 7 anos. É quase que impossível você conseguir uma terapia que traga os currículos e protocolos de avaliação com base em RFT, equivalência de estímulos, habilidades sociais e de autorregulação emocional. É uma luta diária, que não tinha a eficácia necessária até agora", explicou.
Empreendedora do primeiro espaço terapêutico dedicado ao público à partir dos 7 anos, pré-adolescentes, adolescentes com tratamento ABA e Aprendizagem relacional em Curitiba e no Brasil, Michele está otimista com os rumos do tratamento nos próximos anos. "Passamos a contar com opções adequadas e eficientes para auxiliar na promoção do desenvolvimento, evolução da aprendizagem e conhecimentos dos nossos filhos, familiares. É gratificante saber que haverá uma abordagem cientificamente provada que estimula a aprendizagem por equivalência, melhorando os comportamentos sociais, tais como contato visual e comunicação funcional, comportamentos acadêmicos com pré requisitos claros para o desenvolvimento das capacidades de leitura, escrita e matemática e atividades da vida diária e suas relações pessoais e interpessoais", comemorou.
Clínica Especializada
Michele inaugura essa semana, inspirada e motivada pelo desenvolvimento de seu filho, o Espaço Emergir. Nele, uma equipe de psicólogas treinadas e capacitadas para aplicar as metodologias Peak, Peers e A.I.M. "É um grande avanço na vida das famílias que precisam do tratamento. Todos os programas oferecidos têm base científica e evidências comprovadas. É uma nova perspectiva de vida para nós, nossos filhos, nossas famílias", concluiu Michele.
Os serviços oferecidos pela clínica vão desde terapias individuais a grupos de habilidades sociais. Os eixos ABA e Aprendizagem relacional, grupo de habilidades sociais, prática de habilidades funcionais com treinos em ambientes reais, como supermercados, farmácias, padarias, cafés e práticas de mindfulness e ACT irão permear o cotidiano dos indivíduos que estarão em tratamento na EMERGIR. Vale ressaltar que o ambiente clínico foi projetado pensando no público pré-adolescente e adolescente com localização privilegiada, devido ao comércio local e a ampla avenida que proporciona oportunidades de treino para os pacientes.
Sobre a Terapia ABA
A Análise do Comportamento é uma ciência que vem sendo estudada há mais de 50 anos e que mostra através de seus experimentos que o comportamento humano pode ser modificado de acordo com a sua consequência.
A ciência ABA tem como objetivo compreender o comportamento e, a partir disso, criar estratégias que visam melhorar a qualidade de vida do indivíduo. É uma ciência que observa, analisa e explica a associação entre o ambiente, o comportamento e a aprendizagem.
Skinner, Psicólogo que foi um dos pioneiros do Behaviorismo lançou no ano de 1938 o livro "The Behavior of Organisms" (O Comportamento dos Organismos) que descrevia sobre o Condicionamento Operante.
A terapia em Análise do Comportamento Aplicada (ABA), surgiu no Estados Unidos e foi utilizada por Ivar Louvaas em suas pesquisas em pessoas com TEA e deficiência intelectual (Psicólogo e Pesquisador norueguês), esse campo terapêutico utiliza o princípio da Análise do Comportamento, foi cientificamente testado e examinado para só então passar a ser aplicado. ABA tem mais de 30 anos de história e evidências científicas, essa intervenção permite trabalhar com eficácia crianças com atraso no desenvolvimento, com restrição de repertório e comportamentos atípicos e é um dos tratamentos terapêuticos para autismo que existem e muito usado no mundo todo, é fortemente recomendado pela National Autistic Society como um método para ajudar a melhorar a qualidade de vida de crianças com autismo.