ma visita ao Mercado Municipal de Curitiba pode ser ainda mais surpreendente quando falamos de produtos exóticos. No tradicional espaço da Prefeitura, no Centro, há alimentos de sabores e nomes inusitados, além de produtos que trazem em sua composição matérias-primas curiosas.
Nas bancas e boxes, comerciantes oferecem oleaginosas colhidas em pleno Cerrado Brasileiro, cosméticos orgânicos feitos com a semente símbolo do Paraná, carne de boi que recebe massagem diária ao som da 5ª Sinfonia de Beethoven, flores que, além de embelezarem o prato, podem (e devem!) ser saboreadas e até grãos de café tirados das fezes de uma ave de nome tão curioso quanto o processo de produção.
“O Mercado Municipal é um espaço único da Prefeitura em que a população encontra uma variedade de alimentos e outros produtos de diversas partes do mundo, além de opções de lazer e culinária para toda a família”, destaca o secretário municipal de Agricultura e Abastecimento, Luiz Gusi.
Dez produtos exóticos do Mercado Municipal de Curitiba:
1 – Legume e fruta em um só
Conhecido no Brasil como melão de são caetano, este fruto é originário do leste da Índia e Sul da China e tem o nome científico de momordica charantia. Quando verde, pode ser preparado como legume refogado e usado em salada. Quando maduro, come-se como fruta, mas apenas as sementes.
O melão de são caetano tem várias propriedades, como regular os níveis de açúcar no sangue, ajudando no tratamento da diabetes; ajudar no tratamento de problemas de pele, feridas, lesões e eczemas; aliviar as picadas de insetos; e auxiliar no tratamento da prisão de ventre. Custa R$ 15 o quilo, na banca de Yoshihiro Yamasaki.
2 – Salada de flores
Além de deixarem qualquer prato ainda mais bonito (e perfumado!), as flores comestíveis podem ser usadas para cozinhar, para servir de moldes para doces e, é claro, em saladas. Há opções como capuchinha, tagete, cravina, amor perfeito, jambu, sálvia, splenders e a, sugestiva, beijo.
Produzidas sem agrotóxicos em Campina Grande do Sul, na Grande Curitiba, as flores comestíveis custam R$ 14 (caixa com 25 flores) na banca de Sidneia Bernardi.
3 – Bife, massagem e música clássica
O bife de Kobe, produzido a partir da raça bovina japonesa Wagyu, é considerado o melhor e mais caro do mundo. O preço da carne, até R$ 210 o quilo (picanha), se deve aos “mimos” que o boi recebe: grãos especiais, seções de massagem para manter a carne sempre macia, acupuntura, tapetes térmicos para dormir e música clássica para relaxar. No Espaço Angus Prime, além da picanha, há o entrecôte (filé de costela) por R$ 169,90 o quilo.
4 – Lá da Colômbia
O gosto lembra vagamente um kiwi, só que muito mais doce e mais leve. A pitaya amarela colombiana é mais rara e, por isso, mais cara que a variedade vermelha /rosa nacional. A fruta oferece vários benefícios como alto teor de vitamina C, que reduz as chances de pegar um resfriado ou uma gripe; e forte presença de minerais como zinco e ferro, bem como de fibras, que auxiliam no bom funcionamento do intestino.
A pitaya colombiana tem coloração amarela por fora e branca por dentro, sendo consumida apenas a sua polpa. Na Banca do Fernando, custa R$ 60 o quilo.
5 – Pequeno e poderoso grão
Em meio aos vários grãos de uma banca, ele pode até passar despercebido devido ao reduzido tamanho e nome desconhecido. Mas o feijão moyashi é muito usado nas culinárias chinesa, japonesa e indiana para fazer sopas, saladas e até mesmo doces. O grão é rico em proteínas, fibras, cálcio, fósforo, ferro, vitaminas C e do complexo B. Além disso, tem propriedades antioxidantes, ou seja, combate os radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento. E uma curiosidade: na Ásia, a sopa de feijão moyashi é considerada um restaurador para aqueles que estão de cama. Ou seja, é o equivalente à “canja de galinha” das nossas mães. Na Banca do João, custa R$ 20 o quilo.
6 – Castanha do Cerrado
Típica do Cerrado Brasileiro, de estados como Goiás e Minas Gerais, a castanha de baru é uma poderosa fonte de proteína, além de ser rica em vitaminas e minerais. Seu sabor lembra o do amendoim e, antes de comê-la, recomenda-se levá-la ao fogo ou ao forno para dar uma leve tostada. Pode ser usada ainda em sopas e cozinhar no arroz.
A oleaginosa é rica em ferro e, por isso, é uma ótima aliada no combate à anemia; bem como em ômega 6 e 9, substâncias que atuam na prevenção da hipertensão e na redução do colesterol ruim. Na Claudio’s Mercearia, custa R$ 10,50 a 100 gramas.
7 – Café do jacu
Você já imaginou tomar um cafezinho feito com os grãos tirados das fezes de uma ave? E que o quilo do café custasse R$ 720? Esse café existe! Trata-se do Jacu Bird Coffee, ou Café do Jacu, que é produzido em Domingos Martins, no Espírito Santo.
O motivo da bebida ser tão cara, e rara, é porque passa por um processo diferente dos tradicionais. Os grãos do Jacu Bird são colhidos das fezes de uma ave chamada jacu, que come os melhores frutos do cafeeiro, aqueles sem defeito e completamente maduros. Depois, os grãos são colhidos manualmente, limpos e beneficiados. No estômago do pássaro, o grão absorve ácidos e enzimas, reação que torna o café de baixa acidez e rico em notas de jasmim. No Café do Mercado, 250 gramas do Jacu Bird Coffee custam R$ 179,90, mas é possível saborear um expresso por R$ 13.
8 – O “rei” dos bries franceses
Uma espécie de samambaia francesa sobre sua casca macia é a marca registrada de um dos queijos mais caros da família dos bries. De massa mole, o queijo fougerus é fabricado com mais de oito litros de leite, com coalho animal e a drenagem do seu soro dura cerca de 18 horas. No dia seguinte à moldagem, a iguaria é removida, os dois lados são salgados e pulverizados com penicilium. Após vários dias de secagem, o “rei” dos bries franceses entra em uma câmara de maturação, onde o é virado pelo menos duas vezes por semana durante o amadurecimento. Na Bom Vivant, o queijo fougerus custa R$ 430 o quilo.
9 – Rainha do deserto
No norte do Mar Morto e no Vale do Jordão, em Israel, ela reina pelo deserto. Grande, com a polpa cremosa, muito doce, por lá, a tâmara de Medjoul é servida em oásis, sob calor intenso. Três vezes maior que as tradicionais, a iguaria tem origem marroquina e nos anos 1920 esteve ameaçada por uma praga. Mas a Medjoul foi levada para os Estados Unidos, de onde saíram as mudas levadas para Israel nos anos 1970. Na Claudio’s Mercearia, a tâmara de Medjoul custa R$ 8 a 100 gramas.
10 – Beleza de pinhão
Cobre e outros ativos antioxidantes presentes no pinhão transformaram a semente da araucária, árvore símbolo do Paraná, no principal ativo de uma linha de cosmético orgânicos da Cativa Natureza. A marca curitibana oferece loção corporal, gel pós-sol, espuma facial e cremes para mão, pés ou facial que, além do pinhão, trazem como ingredientes óleo de café e phisales, dois outros ativos ricos em antioxidantes que combatem o envelhecimento. Na Cativa Natureza, a linha Biomas do Sul tem preços variando entre R$ 32 (cremes para mãos ou pés, cada) e R$ 58 (loção para corpo).
Serviço: Mercado Municipal de Curitiba
Local: Rua Sete de Setembro, Avenida Presidente Afonso Camargo, Rua da Paz e Rua General Carneiro.
Horário: de terça-feira a sábado, das 7h às 18h; segunda-feira, das 7h às 14h (facultativo, nem todos as lojas abrem nesse dia); e domingo, das 7h às 13h, sendo que a praça de alimentação, atende até às 15 horas.
Fonte: Prefeitura de Curitiba