Mais da metade dos acidentes de trânsito em Curitiba envolve motociclistas, segundo um alerta da Polícia Militar do Paraná. O estudo do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) aponta que o primeiro quadrimestre deste ano teve 1.426 acidentes na Capital e, destes, 745 envolveram motociclistas. Os números correspondem a 52,2% de todos os registros no período analisado.
O BPTran destaca que o dado mais preocupante é o aumento das mortes nesse tipo de acidente, que saltou de cinco nos quatro primeiros meses de 2020 para 13 neste quadrimestre. Os índices fortalecem a importância das ações educativas promovidas durante o Maio Amarelo, a exemplo da blitz feita na tarde da última sexta-feira (28), em Curitiba, que alcançou mais de 220 motociclistas.
Os 745 acidentes de trânsito dos quatro meses envolveram motocicletas, motonetas e ciclomotores e resultaram, além dos óbitos, em 629 pessoas feridas. Já no mesmo período do ano passado foram 633 feridos em 737 acidentes e cinco óbitos no local.
A média mensal de acidentes no comparativo do primeiro quadrimestre de 2021 e 2020 sofreu pouca alteração: de 184,2 para 186,2.
O balanço do BPTran indica que no quadrimestre deste ano as mortes mais frequentes foram entre os motociclistas. O estudo mostra que o principal prejudicado é o condutor da moto (12 de 13 das mortes), que têm idade entre 18 e 29 anos (seis dos 13 óbitos).
“Quem tem motocicleta e se envolve em acidente tem mais chances de se ferir do que os usuários de outros tipos de veículos, pois mesmo em acidentes em baixa velocidade os ocupantes da motocicleta vão ficar feridos e haverá danos”, afirmou a porta-voz da unidade, tenente Mayra Jaqueline Tonelli.
De acordo com a oficial, o aumento das mortes está ligado ao desrespeito à sinalização, excesso de velocidade e desatenção na condução por parte dos próprios pilotos.
A estatística evidencia que abril foi o mês mais violento do ano para o motociclista: foram 224 acidentes, 197 feridos e seis óbitos. Por outro lado, segundo a tenente, também se observa o descuido dos motoristas de outros tipos de veículos que acabam atingindo as motocicletas no trânsito.
“Diferentemente de um automóvel, em que o usuário possui itens de segurança mais robustos, como cinto de segurança e sistema de air-bag, para o motociclista há somente o capacete e o para-choque acaba sendo o próprio condutor”, disse a tenente.