Depois das críticas feitas às novas medidas de enfrentamento da covid-19 em Curitiba, que têm validade até, pelo menos, a próxima quarta-feira (26), os vereadores da capital voltaram a defender mudanças no decreto municipal 890/2021, que entrou em vigor na última quarta-feira (19). Na votação das indicações de ato administrativo ou de gestão de hoje, o debate foi focado, em sua maior parte, na ampliação dos horários de funcionamento do delivery de lanchonetes e restaurantes e dos supermercados da cidade.
Foram quatro as sugestões acatadas na segunda parte da ordem do dia que pedem à Prefeitura de Curitiba alterações no decreto para que os dois segmentos possam ter atendimento estendido durante a vigência da bandeira laranja, para que os empresários não tenham mais prejuízos e, ainda, para que aglomerações sejam evitadas em decorrência dos horários reduzidos de funcionamento. Conforme as novas regras, lanchonetes e restaurantes não podem abrir aos fins de semana, e o atendimento delivery, drive-thru e take away (retirada em balcão) só está liberado até 21 horas; já mercados, supermercados e hipermercados, além de comércio varejista de hortifrutigranjeiros, quitandas, mercearias, açougues e sacolões, também estão proibidos de abrir as portas aos sábados e domingos, devendo apenas atender via delivery, até às 21h.
De Professor Euler (PSD) partiu a indicação de ato administrativo para que os deliverys dos restaurantes possam funcionar até às 22h (203.00263.2021); já outros 16 vereadores assinaram a sugestão para que esse horário seja extendido até às 23h (203.00266.2021). Em relação à reabertura dos mercados aos fins de semana, os pedidos foram protocolados por Sidnei Toaldo (Patriota) e conjuntamente por Alexandre Leprevost (SD), Amália Tortato (Novo), Denian Couto (Pode), Indiara Barbosa (Novo) e Leonidas Dias (SD) (203.00268.2021 e 203.00272.2021, respectivamente).
Doze dos 38 vereadores se revezaram na discussão sobre as quatro indicações, que foram aprovadas em votações simbólicas – onde não é necessária a manifestação nominal de cada parlamentar. O debate foi puxado por Professor Euler que argumentou pela necessidade de expansão dos horários de funcionamento dessas atividades para evitar com que as pessoas se concentrem nos locais de retirada (no caso dos entregadores de delivery) ou de compra (no caso dos supermercados) em determinados períodos. “[Fiz a sugestão] pensando na recuperação econômica desses empreendimentos que atendem delivery e na segurança dos entregadores, que se tiverem horário restrito de atendimento podem se colocar em risco para apressar as entregas”, emendou.
Alexandre Leprevost, que assina as indicações voltadas ao delivery e aos mercados, explicou que os vereadores têm sido “repetitivos” nos assuntos tratados pelas indicações porque “falta respostas tanto na prática quanto na teoria” por parte da prefeitura. Para ele, liberar o delivery somente até às 21h “é um absurdo”. “É sem pé nem cabeça, porque aglomera nos pontos de retirada. É sem pé nem cabeça porque corre o risco de aumentar o número de acidentes, com a pressa dos entregadores. E é sem pé nem cabeça por aniquilar a oportunidade dos empresários faturarem por mais uma, duas ou três horas. E nesse momento essas uma, duas ou três horas [a mais] são fundamentais para a sobrevivência. E por isso temos que ser, sim, repetitivos”, completou.
Na opinião de Amália Tortato (Novo), a Prefeitura de Curitiba deveria ter, no mínimo, ter considerado “os avanços que a CMC já tinha conquistado anteriormente”, com a aprovação de sugestões semelhantes que foram acatadas em decretos anteriores, inclusive durante a vigência da bandeira vermelha – fase considerada a mais restritiva no plano municipal de enfrentamento à covid-19 na capital. Segundo ela, o decreto 890/2021 fez com os vereadores “dessem dois passos para trás”.