A produção de itens de higiene e beleza vem sendo questionada constantemente. Uma pauta importante atualmente é a crueldade em testes com animais para esta elaboração. O consumidor está cada vez mais atento a essas questões, e termos como eco-friendly e cruelty free estão ficando cada vez mais comuns, das embalagens aos pontos de venda. Ainda assim, não é tão fácil ter certeza da origem dos cosméticos ou se as empresas têm de fato esta preocupação ambiental.
A centralização de marcas com questões ambientais como sua missão é o foco da Verdê Cosméticos, startup curitibana fundada no final de 2019. “Por não poder confiar muito no que se vê nas prateleiras, entendemos que seria interessante ter uma loja para comprar com confiança”, explica Mariana Alves, uma das sócias da empresa.
A seleção é muito criteriosa, analisando não apenas o produto final, mas toda a produção de itens veganos. “Nós somos bem minuciosos, como um filtro para quem compra”, esclarece Johny Dallasuanna, sócio da Verdê. “Nós entendemos quais marcas se encaixam em nosso perfil: se o produto não tem nada de origem animal, mas a empresa patrocina rodeios ou desfiles de moda com peles, ele não vai entrar em nossa loja”, define.
Ganham destaque os pequenos negócios, favorecendo empresas de menor porte e locais. Quando não são encontradas marcas nacionais que atendam os critérios da Verdê, buscam solucionar esta demanda com produtos importados. Assim, são encontradas no mesmo site desde a tradicional marca alemã Alva, há mais de 30 anos no mercado e reconhecida pelos desodorantes veganos que duram até dois anos, e a curitibana Prema, com seus shampoos sólidos e óleos essenciais naturais sem uso de plástico em seus itens. Além do produto ser ecológico, as empresas ainda se preocupam com a redução de lixo nas embalagens – a Alva, por exemplo, lançou um desodorante com embalagem de papel, já disponível no site. Atendem, assim, as demandas da Verdê que seguem a missão da startup.
Transição
A preocupação com o meio ambiente não é mais coisa de uma pequena parcela da população. Mesmo pessoas que não adotam uma alimentação vegana – livre de carne ou qualquer produto de origem animal, como laticínios e ovos – ainda buscam se conscientizar sobre a origem daquilo que consomem, do prato ao vestuário. Nos últimos oito anos, as pesquisas pelo veganismo em mecanismos de busca na internet cresceram 915% no Brasil, de acordo com pesquisa digital realizada pela BHB Foods Suplementos e Decode.
“Nós somos veganos, mas queremos atrair todas as pessoas que tenham interesse em proteger os animais, com atitudes e compras que beneficiem sua saúde ou o planeta, olhando para isso sem preconceitos. Queremos nos tornar referência para essas pessoas, podendo fazer suas compras em um lugar só”, comenta Mariana.
Uma das dicas que os sócios costumam dar sobre o consumo de produtos veganos e cruelty-free é o período de adaptação, para uma transição leve. E os produtos de higiene são ideais para este pontapé inicial. Por serem produtos que acabam com mais frequência, se tornam mais fáceis de adquirir e implementar na rotina. Dallasuanna chama essa fase de transição de “acabou, trocou”: “Se a pessoa ainda tem um cosmético que não é vegano, tudo bem, ela usa até o final e, quando acabar, pensa na transição, comprando um produto natural. Não estimulamos que a pessoa saia comprando tudo desenfreadamente, pregamos por um consumo mais inteligente”.
O sucesso da Verdê, que surgiu para atender primariamente a região de Curitiba, alcançou o Brasil. Agora, a startup faz entrega para todo o país. Os produtos estão disponíveis no site www.verdecosmeticos.com.br.