Narciso é um personagem da mitologia grega. Segunda a lenda, ele era muito belo e quando nasceu um dos oráculos, chamado Tirésias, disse que Narciso seria muito atraente e que teria uma vida bem longa. Entretanto, ele não deveria admirar sua beleza, ou melhor, ver seu rosto, uma vez que isso amaldiçoaria sua vida.
Hoje, motivo de muitos questionamentos no meio jurídico, nosso ex-juiz, vê seu rosto amaldiçoado nas telas de tv. Cada dia mais achacado em um lamaçal e arrastando para junto dele toda uma operação cheia de vícios que não podem ser suportados em um estado de direitos.
Vida real e mitológica se misturam, o juiz que exercia um dos cargos mais desejados das carreiras jurídicas do país, qual deveria exercer sua função de forma imparcial, apenas julgando conforme as provas trazidas aos autos pelas partes, se excedeu. Olhou-se no espelho da vaidade, visualizou sua imagem projeta nas telas de tv’s.
Assim como Narciso, o ex-juiz ficou orgulhoso e arrogante a ponto de ignorar uma saudação do futuro presidente do país em um aeroporto. Porém, como na mitologia, onde a ninfa Eco jogou um feitiço sobre Narciso que o paralisou na beira do rio, aquele presidente, ignorado como a ninfa Eco, sem saber, lançou um feitiço sobre o ex-juiz. Ao aceitar o cargo de ministro da justiça, começo a definhar sua carreira e está a beira da morte política e social.
O golpe de misericórdia veio neste terça-feira (23), onde o Supremo Tribunal Federal julgou pela suspeição do ex-juiz no caso do triplex do Guarujá e anulou a sentença proferida naquele momento de narcisismo.
Sua biografia está mergulhada em um atoleiro enquanto o ex-juiz esta paralisado definhando a beira do rio.
Artigo assinado por: Felipe Slompo de Almeida