O prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), garante que tem R$ 100 milhões reservados para comprar vacinas para acelerar a imunização da cidade. Mas Brasília não deixa. Brasília é uma maneira de dizer Jair Bolsonaro e sua trupe, a começa pelo ministro Pazuello, que negam a gravidade da pandemia.
“Eu quero que Brasília cumpra o plano nacional de imunização, que mande as vacinas, ou me deixe comprar as vacinas, porque eu tenho R$ 100 milhões para comprar. Eu tenho muito respeito pela instituição do presidente da República, mas, acima de tudo, tenho respeito pela vida humana”, disse Greca.
Cuidadoso, sem citar nomes, Greca ataca com maestria. Cita um dos dez mandamentos — “não matarás” e desancou “governantes” que questionam iniciativas cientificamente eficazes para conter a disseminação do coronavírus, como o uso de máscara e o distanciamento social. Não é preciso fazer esforço para entender que ele se refere diretamente ao presidente Jair Bolsonaro que questiona a importância dessas medidas.
“Tenho que ser empático e simpático com a causa da vida. Não matarás é a lei de Deus. Quando um governante não exerce a sua função de educar o povo para usar máscara, para manter o distanciamento, para não aglomerar, esse governante está trabalhando efetivamente em discordância com o mandamento”, declarou Greca na entrevista.