Maior transferência de recursos federais para investimentos em habitação de interesse social e obras públicas estruturantes são necessárias para movimentar a economia e impulsionar o processo de retomada econômica ante a pandemia do novo coronavírus. Foi o que defendeu o prefeito Rafael Greca, nesta quarta-feira (2/12), em videoconferência no painel “Convênios e Contratos de Repasse – VIGOV/CAIXA), na 92ª edição do Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC).
“Estamos trabalhando muito para que a nossa cidade persista na perspectiva da retomada econômica. Ao mesmo tempo, celebramos a perspectiva de o mundo ter uma vacina contra a covid-19 para que sejamos livres da pandemia”, disse Greca.
Promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e realizado a partir de Brasília o evento é o maior do segmento na América Latina e tem como tema neste ano “O futuro em Construção”.
Segundo Rafael Greca, sempre é possível a retomada econômica com investimentos na cidade. “Dar uma nova dinâmica a uma estrutura antiga sempre é possível, assim como construir a história e projetar o futuro. O futuro somos nós que fazemos, porque o que não se faz, não existe”, disse.
Em sua apresentação, o prefeito curitibano também destacou a retomada do planejamento e do equilíbrio econômico da Prefeitura de Curitiba promovida em sua gestão. “Peguei a Prefeitura quebrada, com R$ 2,9 milhões em dívidas. Eleito, fui visitar o então presidente da Caixa e resgatamos a carteira de financiamentos que o meu antecessor havia deixado em banho-maria. Montei uma força-tarefa para atualizar projetos e processos e garanti recursos para equipamentos públicos”, contou.
Repasses pendentes
Mesmo com o esforço da Prefeitura de Curitiba na atualização de processos que garantam o repasse de recursos a fundo perdido do governo federal, a cidade ainda está no aguardo de recursos para obras estruturantes nas áreas de mobilidade, macrodrenagem e infraestrutura.
Isso, segundo o prefeito, fez com que Curitiba buscasse alternativas de financiamentos para obras estruturantes que a cidade demanda. De acordo com Greca, para continuar os empreendimentos estruturantes, como Curitiba alcançou a letra A do tesouro Nacional, a Prefeitura buscou financiamentos internacionais.
“Hoje assinamos com o BID o financiamento do Novo Inter 2. Já formalizamos com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) o financiamento para o projeto socioambiental do Caximba e estamos negociando recursos com o New Development Bank (NDB) para a obra do corredor metropolitano Leste-Oeste A carteira de investimentos de Curitiba soma 1,7 bilhão e tem potencial para gerar 85 mil empregos com obras públicas ”.
Na opinião de Rafael Greca, é importante que as cidades tenham sequência de boas políticas públicas. “Curitiba é um caso à parte do Brasil, porque temos uma grande tradição em planejamento urbano. Esperamos que o Brasil destrave e inicie uma retomada econômica pós-covid”, finalizou.
O painel Convênios e Contratos de Repasse – VIGOV/CAIXA foi presidido por Carlos Eduardo Lima Jorge, presidente da Associação para o Desenvolvimento da Infraestrutura de São Paulo; de Alexandre Honório Cayres, Superintendente Nacional de Serviços de Governo da Caixa Econômica Federal; Luciano Franco Barreto, presidente e fundador da Associação Sergipana das Empresas de Obras Públicas e Privadas (Aseopp) e de José Eugênio Gizzi vice-presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e delegado representante junto ao conselho da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).