O município de Fazenda Rio Grande é o primeiro a receber a etapa final do Projetando Cidades, uma intervenção artística que vai projetar em paredes e fachadas os filmes criados por moradores da cidade. A cidade da Região Metropolitana de Curitiba receberá, no dia 19 de novembro, o lançamento do projeto, que ofereceu curso online e gratuito de vídeos para jovens moradores de quatro cidades paranaenses criarem com as câmeras de celular suas histórias sobre a pandemia.
É importante lembrar que trata-se de um projeto construído e pensado para acontecer em tempos de distanciamento social e para ser apreciado a distância, pelas redes sociais. Os locais que receberão as projeções foram escolhidos pelos próprios participantes e trazem significados pessoais para cada um. Portanto, qualquer cidadão de Fazenda Rio Grande, Castro, Campo Mourão e Pato Branco pode ser surpreendido com a obra de um vizinho seu sendo projetada no muro ao lado.
Com toda segurança necessária em tempos de pandemia, a equipe estará em uma van especialmente equipada para projeção. Para evitar aglomerações, o público poderá acompanhar das janelas de suas residências e também via redes sociais, registrando e interagindo com as ações pelos canais do projeto no Instagram (@projetando.cidades), no Facebook (/projetandocidades/events), e no YouTube. Todas as cidades verão todos os filmes produzidos.
Idealizador do projeto, Fredy Kowertz, da Tertúlia Produções Culturais, é um veterano em produções culturais que, atuando também como VJ nos últimos anos, sentiu o despertar de uma nova paixão no trabalho com vídeos e projeções e decidiu compartilhar este conhecimento para “empoderar as pessoas a partir dessa nova tecnologia, que é uma ferramenta de criação artística”. A projeção mapeada permite criar movimentos e texturas em qualquer superfície e amplia o entendimento sobre o que é arte. “Não é apenas música, pintura, cinema e teatro. Interessante perceber que ao conhecer essa nova possibilidade de expressão os participantes passaram por redescobertas em suas vidas, porque a criação artística provoca essa revisão de sentimentos e emoções”, pontua ele. “Será incrível ver muros da cidade transformados em telas de cinema”, completa.
Lara Jacoski, sócia da produtora Bem-te-vi Produções e responsável, junto de Patrick Belem, pelos cursos, se mostra igualmente impressionada com a convivência e os resultados. Para ela, o mais importante é as pessoas perceberem que não precisam de equipamentos ultramodernos ou conhecimentos profissionalizantes para se expressarem artisticamente contando suas histórias. “Ter a pandemia como foco de trabalho, de estudos e de expressão artística foi maravilhoso. Todos ganhamos muito e nos expandimos com essa experiência”, avalia.
Vitória Sousa é uma das participantes do curso, em Fazenda Rio Grande. Estudante do primeiro ano do Ensino Médio, ela foi atraída pela ideia de uma oficina de cinema, pois conhece o poder influenciador da arte e está contente por sua cidade receber o projeto. “Para valorizar a cultura, estimular o desenvolvimento da criatividade e mostrar que Fazenda também recebe eventos artísticos bacanas”, comenta. O tema de Vitória foi incompreensão. “A pandemia nos trouxe uma nova maneira de nos relacionar com o outro e com nós mesmos, tivemos que nos adaptar com uma realidade diferente e inesperada”, completa.
Projetando Cidades – Desvios – Livia Nagão(Castro)
Livia Keiko Nagao, de Castro, está no último ano da Licenciatura em Artes Visuais e viu no Projetando a oportunidade de aprender e se conectar com pessoas de diferentes idades, cidades e áreas do conhecimento. “Esse projeto possibilita a movimentação cultural da cidade e que pessoas de outros lugares conheçam Castro”, pondera ela, cujo filme é sobre “o corpo no espaço durante a pandemia”. “Eu falo da afetividade que crio com o espaço habitado durante o isolamento social, a partir da experimentação com partes do meu corpo em meio à natureza”, explica. “É uma oportunidade de retribuir àquilo que a cidade fez e continua fazendo por mim. Além disso, considerando os tempos difíceis em que estamos vivendo, o projeto é uma forma da cidade experimentar algo novo, de forma adequada ao momento, lembrando da importância que a arte e a cultura têm durante as adversidades”, finaliza, agradecendo a todos os envolvidos no projeto.
O Projetando Cidades é uma realização da Tertúlia Produções, Associação Manacá e Bem – Te – Vi Produções, com apoio da Mucha Tinta e incentivo de Copel, Governo do Estado do Paraná e Lumicenter, por meio do PROFICE.