Uma considerável parcela da população masculina ainda não encara o cuidado com a saúde como prioridade e resiste em procurar orientação médica ou submeter-se a exames preventivos. Lutando contra esse fluxo, a campanha internacional “Novembro Azul” foi criada, divulgando informações e promovendo a mudança de hábito na população masculina. O movimento faz um alerta sobre a saúde do homem e enfatiza a necessidade da prevenção e do diagnóstico precoce de doenças, em especial, do câncer de próstata.
Uma das principais ferramentas para a melhora na saúde e expectativa de vida dos homens consiste na realização efetiva da medicina preventiva, realizando check-ups com regularidade. Considerado o segundo tipo de câncer mais comum em homens no Brasil, o tumor maligno da próstata é um exemplo claro da importância da prática da medicina preventiva. A doença, que não costuma apresentar sintomas em sua fase inicial, quando detectada precocemente, possui chance de cura que ultrapassa os 90%.
“Os exames essenciais para a detecção precoce do câncer de próstata são simples: o toque retal e a dosagem de PSA, o Antígeno Prostático Específico, que, produzido pela próstata, é a principal proteína no sêmen. O PSA, exame feito com base em amostras de sangue, é um importante marcador de alterações prostáticas e seu aumento é intimamente ligado a hiperplasia prostática benigna (HPB), neoplasias prostáticas e prostatites”, explica Alexandre Magno Borges Tanck, Coordenador da Assessoria Científica do Grupo Diagnósticos do Brasil. O toque retal e o exame de PSA indicam a necessidade de realização de biópsia da próstata, único procedimento capaz de confirmar a suspeita de câncer.
Outra enfermidade que acomete com frequência o público masculino são as doenças cardiovasculares. “Homens são mais susceptíveis a cardiopatias que mulheres, possivelmente devido a comportamentos de risco mais frequentes, originários de descontrole alimentar com alteração no metabolismo de carboidratos e gorduras, ao fato de uma parcela considerável ter a pressão arterial elevada, além da predisposição genética, que tende a agravar esta situação”, explica Alexandre Tanck.
“O componente genético dos antecedentes ou da doença cardiovascular propriamente dita pode ser analisado por meio de um teste de genética molecular capaz de avaliar o risco cardíaco. O exame Perfil Genético cardiovascular, por exemplo, tem o objetivo de analisar genes importantes associados a processos como alteração da função endotelial, dislipidemia, hipertensão arterial, processos inflamatórios e infarto, além de pesquisar as condições genéticas associadas ao sistema de coagulação que podem contribuir para a trombose venosa”, complementa o especialista.
Outro fator importante na atenção da saúde do homem está a infertilidade masculina. “Em cerca de 40% dos casos de casais com problemas de infertilidade, verifica-se a presença de fatores como álcool, cigarro, sedentarismo e obesidade. Até medicamentos podem influenciar de maneira significativa nesse processo”, alerta Alexandre Tanck. “Aproximadamente 10% da população masculina sofre de infertilidade causada por azoospermia ou oligospermia. Afastadas as causas obstrutivas, a justificativa mais comum é a genética. As alterações nos cromossomos sexuais, como a Síndrome de Klinefelter, translocações e inversões, podem ser diagnosticadas por Cariótipo e detecção de Microdeleções no Cromossomo Y por PCR.
Além disso, a infertilidade masculina associada à ausência bilateral dos canais deferentes pode ser confirmada pelo estudo molecular do gene CFTR, também associado à fibrose cística. Esses são mais alguns exemplos de como a medicina preventiva pode atuar de forma determinante na saúde do homem”, completa o especialista.