Ao todo, 130,4 mil imóveis residenciais foram vendidos no Brasil no ano de 2019, de acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o que representa aumento de 9,7% em relação a 2018, quando foram comercializadas 118,9 mil unidades. O crescimento do setor imobiliário está em linha com uma constatação já percebida por quem atua no segmento: as compras realizadas por mulheres estão cada vez mais comuns, especialmente as solteiras e divorciadas.
Historicamente, elas sempre tiveram o poder de decisão na busca e escolha de novos imóveis, mas agora também estão ampliando a sua participação como pagadoras. Na Galvão Vendas, empresa que no ano passado comercializou Imóveis com um tíquete médio de R$ 473.555,00, 68,5% dos primeiros contatos realizados na busca de imóveis e 62% dos acessos ao site foram realizados pelas mulheres. “As mulheres sempre tiveram influência decisiva na escolha do imóvel, inclusive sendo a pessoa que dá início a busca por um novo local para morar”, afirma Janaina Missau Galvão, sócia da Galvão Vendas.
No entanto, as mulheres passaram a assumir também o papel de protagonistas na hora de fechar os negócios. “Três em cada dez negócios fechados na Galvão Vendas foram assinados pelas mulheres no ano passado. Dentro desse grupo, 52,11% eram solteiras, 19,72% divorciadas e somente 27% eram casadas”, explica Janaina. Entre aquelas que dividem os encargos financeiros da compra com um cônjuge, há uma percepção clara de maior participação financeira na aquisição dos imóveis. “Em muitos casos, a escritura traz primeiro o nome do homem por ser uma praxe do mercado. Mas nem sempre ele é que vai responder isoladamente pelo pagamento do imóvel”, ressalta a especialista.
Consórcios mais femininos
A percepção da Galvão Vendas está em linha com os dados registrados pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac). Em um levantamento divulgado em julho do ano passado, a entidade demonstrou que, do total de negócios fechados no país, 82% foram firmados com pessoas físicas. Desse universo, 53% eram homens e 47% mulheres. O tíquete médio foi de R$ 156,9 mil a ser pago em prazo de 172 meses – cerca de 14 anos.
Os resultados, quando comparados a pesquisa conduzida pela Abac em 2017, mostram um aumento da presença feminina nos consórcios. À época, as mulheres representavam 35% do total de participantes em consórcios. “Em muitos casos, é difícil ter a precisão da quantidade de mulheres que compra imóveis sozinhas ou participam da composição de renda. Mas a percepção de quem atua no segmento imobiliário é, sim, de uma maior participação delas não só na escolha como no pagamento dos imóveis”, completa Janaina Missau Galvão.