Uma adolescente de 17 anos foi vítima de assédio sexual durante uma corrida solicitada pelo aplicativo de transporte UBER, na Região Metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
A menina fez o pedido da viagem no final da tarde de domingo (16) para ir visitar uma amiga na cidade de Viamão. No trajeto, que teve duração de 10 minutos, o homem no voltante começou a tecer comentários invasivos para a adolescente e, mesmo após ela ter avisado que era menor de idade, o motorista não parou.
Ao perceber que estava sendo vítima de assédio, a jovem começou a gravar o diálogo. Com a câmera virada para o próprio rosto, ela registrou a conversa.
“Você não acha problema a idade? É que eu sou menor de idade, né?”, questiona a jovem. “Não é problema igual, ora. Seria problema se tu tivesse 13 anos. E eu acho que tu não tem 13 anos”, respondeu o motorista, que acrescentou: “Que aí tu seria uma menor incapaz. De 14 anos para cima tu já é responsável.”
Após tentar manipular a jovem, fazendo menção à idade de consentimento sexual perante a lei, que é acima de 14 anos, o motorista insistiu: “Eu namoraria contigo, se tu não tivesse namorado”, declarou. “É… Mas acho que tu tem idade para ser meu pai”, rebateu a garota. “Não sou teu pai, nada”, argumentou o motorista, e, grosseiramente, acrescentou que “faria coisque teu pai não faria”. A jovem, então, encerrou o diálogo com o motorista, que tentou desconversar. “Eu não tenho interesse, obrigada.” “Tô só brincando, eu não to dizendo que você deveria ter interesse”, finaliza o motorista.
Ainda que argumentem que não se trata de uma forma de assédio pois não houve contato físico, é preciso observar o cenário no qual a conversa inconveniente acontece: a menina é obrigada a ouvir comentários maliciosos de um homem quando está sozinha dentro de um carro dirigido por ele. Trata-se de uma situação em que a jovem simplesmente não tem para onde fugir ou a quem recorrer imediatamente, ficando, portanto, vulnerável e assustada com uma possível tentativa de contato físico. É repugnante.
Nota
A Uber considera inaceitável e repudia qualquer ato de violência contra mulheres. A empresa acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos dessa natureza às autoridades competentes. A conta do motorista parceiro foi banida assim que a denúncia foi feita.
A empresa defende que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro. Todas as viagens com a plataforma são registradas por GPS. Isso permite que em caso de incidentes nossa equipe especializada possa dar o suporte necessário, sabendo quem foi o motorista parceiro e o usuário, seus históricos e qual o trajeto realizado.
Como parte do processo de cadastramento para utilizar o aplicativo da Uber, todos os motoristas passam por uma checagem de antecedentes criminais realizada por empresa especializada que, a partir dos documentos fornecidos pelo próprio motorista e com consentimento deste, consulta informações de diversos bancos de dados oficiais e públicos de todo o País em busca de apontamentos criminais, na forma da lei. A Uber também realiza rechecagens periódicas dos motoristas já aprovados pelo menos uma vez a cada 12 meses.
Desde 2018 a Uber tem um compromisso público para enfrentamento à violência contra a mulher no Brasil, materializado no investimento em projetos elaborados em parceria com entidades que são referência no assunto, que inclui campanhas contra o assédio e podcast para motoristas parceiros sobre violência contra a mulher, entre outras ações. Em novembro, a Uber anunciou um investimento de R$ 5 milhões para continuidade desse compromisso ao longo dos próximos anos.