Galvão Vendas teve crescimento de 48% no tíquete médio de vendas, saindo de uma média de R$ 319.343 por negócio, em 2018, para R$ 473.555, em 2019. Ao todo, foram 9.762 clientes atendidos. Os resultados foram considerados positivos, especialmente em um ano de mudanças profundas na empresa: a companhia alterou a maneira de se relacionar com os donos de negócios, os franqueados, e com os corretores autônomos, modificando uma dinâmica já estabelecida do segmento imobiliário.
Em vez das divisões tradicionais das comissões por vendas, a companhia oferece 2,6% da gratificação para lançamentos – o mercado trabalha com 1,2% – e de 4% nos imóveis prontos (2,4% é a taxa corriqueira do segmento). Em troca desse aumento da remuneração, ela cobra tanto dos donos de negócios quanto dos corretores autônomos o pagamento de uma mensalidade. Nesse novo molde, a Galvão Vendas oferece toda a estrutura necessária para a angariação e venda de imóveis (fotografia, marketing, sistema de busca de imóveis e de clientes, suporte tecnológico, assessoria jurídica e relacionamento com o incorporador) e um espaço para trabalho, uma espécie de coworking.
Chamado de GV Conext, a ideia foi inspirada em startups, fazendo com que a Galvão Vendas faça um movimento contrário ao do mercado: uma empresa já estabelecida buscando novas frentes e atuação como companhias inovadoras. “Nós brincamos que somos uma startup idosa, de 65 anos”, afirma o CEO da Galvão Vendas, Gerson Carlos da Silva. Os donos de negócios e corretores autônomos também precisam se manter atualizados e mais de 5 mil horas de treinamentos foram realizadas pela equipe de vendas, tanto em cursos presenciais quanto educação a distância.
Batendo metas e inovação
O novo modelo de negócio se iniciou com 6 donos de negócio e foi encerrado com 11, um crescimento de 80%. Além disso, a meta estabelecida para 2019 era de 10 donos de negócio. No número de contratos efetivados, o propósito era atingir 192, enquanto o resultado foi de 253 – 32% acima da meta. Como a mudança foi efetivada durante o ano passado, a expectativa para 2020 é de resultados ainda mais expressivos, especialmente com a expansão dos corretores autônomos – a companhia trabalha com a meta de 120 parceiros no ano. “Temos uma demanda grande de clientes e queremos aumentar a nossa carteira de imóveis”, diz da Silva.
Houve também uma mudança no perfil dos imóveis comercializados. Em 2018, a companhia vendeu 73% de lançamentos e 27% de imóveis prontos. No ano passado, foram 49,5% de usados, o que, na avaliação da Galvão Vendas, torna o negócio mais saudável. Segundo da Silva, trata-se de públicos e demandas distintos. “Conseguimos atingir um ponto de equilíbrio. Esse resultado depende do foco de atuação de cada empresa. Em geral, os imóveis usados correspondem a 80% do mercado, até mesmo porque os lançamentos, após algum tempo, acabam indo para a outra prateleira”, explica.
Outro ponto que merece destaque é o lançamento de um serviço exclusivo em parceria com fintech Bcredi, lançado neste ano. Trata-se da antecipação de venda para clientes interessados em comercializar os imóveis. É possível receber até 50% do valor do empreendimento, com carência de 3 a 6 meses para vendê-lo, em um prazo médio de 14 dias. Se o imóvel não for comercializado, o consumidor terá até 180 meses para quitar os recursos antecipados, com taxas de juros a partir de 0,99% ao mês, mais o IPCA.