Na última terça-feira (22), Curitiba recebeu o show de estreia da turnê do grupo Pentatonix pelo Brasil.
O conjunto, que se tornou um fenômeno mundial com suas versões e arranjos únicos a capella, já vendeu mais de 10 milhões de álbuns e ganhou três prêmios Grammy.
Confira o que achamos do show aqui.
Hoje, vamos destacar a atração de abertura, a jovem Giulia Be, considerada uma das novas promessas da música pop brasileira.
Créditos: Caroline Hecke
Com um timbre que relembra uma combinação de Ellie Goulding, Halsey e Alessia Cara com pitadas de características vocais do folk, a cantora vem se destacando cada vez mais na cena nacional, já tendo emplacado seu primeiro single "Too Bad" na trilha sonora da novela global "O Sétimo Guardião". A próxima canção, "Chega", contabilizou mais de dois milhões de visualizações em apenas três meses após o lançamento.
A jovem ainda foi indicada ao Meus Prêmios Nick na categoria "Revelação do Ano", e se apresentou no Palco Sunset na última edição do Rock In Rio, ao lado do Projota.
Sua nova canção de trabalho, "Menina Solta", foi lançada pela Warner Music Brasil e já contabiliza mais de seis milhões de visualizações em seu canal no Youtube.
Giulia Be ainda se apresenta no Rio de Janeiro (24/10 – Vivo Rio) e em São Paulo (26/10 – Tom Brasil) como atração de abertura da "Pentatonix World Tour", pelo Brasil.
Confira a entrevista exclusiva do Stereo Pop:
SP – Giulia, você já está sendo considerada uma das maiores promessas da cena pop nacional da atualidade. Quais são suas principais influências, vocalmente falando?
G – Então, eu sempre tive uma voz grave. O agudo nunca fez parte da minha tecitura, como de artistas como Ariana Grande, Demi Lovato, entre outros. Essa região sempre me deixou um pouco nervosa, mas estou trabalhando para ampliar esse alcance.
Eu cresci ouvindo muito da música negra, artistas como Stevie Wonder, Barry White, a maioria homens, além de vozes como Amy Winehouse, Joss Stone, entre outros. Eu gosto de cantores que se permitem usar o timbre sempre se preocupar com dicção e métrica.
Eu mesmo tinha uma questão da dicção que trabalhei de uma forma que não alterasse o meu timbre e, cada vez mais, vou me encontrando nessa região vocal.
Créditos: Caroline Hecke
SP – O grupo Pentatonix é conhecido pela combinação harmoniosa das vozes e melismas perfeitos. Qual é a sensação de abrir os shows da turnê do grupo no Brasil?
G – É muito louco. Eu assistia aos videos deles quando eu era mais nova, fiz até uma apresentação na escola baseada em uma versão de “Radioactive”, que eles publicaram no Youtube.
Conhecer eles, estar ali perto é muito surreal. Eu sou muito grata com tudo que está acontecendo na minha carreira e na minha vida. Sempre tive o sonho de abrir a turnê de algum um artista internacional e colaborar de certa forma. Ainda estou esperando a ficha cair.
Fora isso, tem toda a questão da grandiosidade das casas de show que vamos passar e o fato de poder me apresentar como artista/musicista para um público novo.
SP – Recentemente, você subiu ao Palco Sunset, no Rock in Rio, com o grande Projota. Como é sentir esse reconhecimento de grandes nomes da música nacional e, agora, da cena internacional?
G – É incrível, surreal. É o tipo de coisa que parece intangível, de certa forma, porque você cresce ouvindo a música desses nomes, assistindo na televisão e é algo que parece muito distante. Estar tão perto assim que conhecer eles. Tem uma frase em uma música do Logic, uma das minhas favoritas, que diz “It’s crazy how one day your day your idols turn into your brethren” (É louco como um dia seus ídolos viram seus irmão) – Trecho da faixa "Soul Food". No caso do Projota foi exatamente isso e espero que com o Pentatonix também seja assim. Espero que eu crie uma relação de amizade com o grupo, fora a admiração que eu já tenho pelo trabalho deles. Outra uma coisa que é muito gratificante é ver esses artistas, que já têm nome e são conhecidos, apoiando e dando a oportunidade para a voz de um alguém novo.
SP – Seu primeiro single "Too Bad" fez parte da trilha sonora da novela "O Sétimo Guardião", da Rede Globo, atingindo o topo da parada viral do Brasil, no Spotify. Qual a pressão para manter a mesma receptividade por parte do público com suas novas canções?
G – Eu não vou mentir. Não vou falar que não tem pressão nenhuma, porque tem. Mas, eu acho que eu funciono muito mais quando eu esqueço que ela está lá. Quando eu entro no estúdio e só penso em fazer música, acontece. “Menina Solta”, que está tendo um desempenho até melhor do que “Too Bad”, em alguns aspectos, eu fiz brincando, sem cobrança, e funcionou. Acho que quando você esquece que a pressão está lá e foca em encontrar seu gênio, a coisa flui. Agora, eu preciso trabalhar ‘eu comigo mesma’, sobre o que é fazer um álbum, um EP, ou seja, um coletivo de músicas que me represente, mas só vou descobrir essa identidade na hora de colocar isso em prática.
SP – Como funciona o seu processo de composição? Quais seu compositores favoritos?
G – Esse processo funciona por meio de relatos pessoais ou de amigas próximas. Procuro pegar esse sentimento, percepção, e potencializá-lo para conseguir contar uma história verdadeira. Acho que a música só funciona, pelo menos para mim, quando o sentimento e a energia na hora da interpretação e composição são verdadeiros. Eu procuro me entregar, ser vulnerável nas minhas composições e as pessoas que me conhecem sabem que, mais cedo ou mais tarde, vai rolar uma música sobre elas.
SP – Você sempre contou com o apoio da sua família para seguir o seu sonho? Como eles se sentem ao perceber a sua ascensão musical?
G – Então, no começo meus pais foram um pouco reticentes, como a maioria dos pais por aí. Afinal, eu estava prestes a cursar Direito e a música tem um destino incerto. Eu tive que provar que isso era real e que estava disposta a fazer tudo acontecer. Quando as coisas começaram a fluir, eles perceberam ‘não tem mais volta’. Hoje em dia, eles são muito meus fãs e me apoiam.
Acho eu, que eles se sentem gratos e felizes por me verem feliz. Na minha família, cada um tem uma opinião diferente sobre as minhas coisas, mas o que nos une é o amor, a parceria e a nossa amizade. Acho que isso que é importante.
7 – Conte-nos um pouco sobre seus futuros projetos.
G – Ainda não posso revelar muita coisa. Estou em um processo que ainda estou descobrindo sobre a minha identidade musical, mas tenho planos para lançar um EP no próximo ano, porém é só isso que posso falar.
Algumas composições já estão prontas e ainda pretendo compor também em Espanhol e Inglês. Acho que as pessoas precisam entender que isso faz parte de mim, como um desafio que eu gosto de me propor. Então, podem esperar coisas inesperadas.
Talento é o que não falta, hein garota?! Muito sucesso!