O Festival Rock ao Vivo trouxe a Curitiba as bandas Scorpions, Whitesnake e Europe em uma noite molhada e de muita música na Pedreira Paulo Leminski.
A banda Europe subiu ao palco pela primeira vez em Curitiba com muito garbo e energia. A formação atual tem Joey Tempest (vocal), o virtuoso John Norum (guitarra), John Levén (baixo), Mic Michaeli (teclados) e Ian Haugland (bateria).
Eles ficaram conhecidos pelo hit “The Final Countdown”, lançado em 1986 que ganhou 12 discos de platina e 6 discos de ouro pelo mundo, vendendo ao todo mais de 15 milhões de cópias. Nesta apresentação, trouxeram para o Brasil a turnê do seu último disco “Walk The Earth” lançado em 2017. Desde a sua formação, em 1979, a banda lançou 11 álbuns de estúdio e vendeu mais de 25 milhões de cópias.
Muitos os consideram mais um fenômeno musical chamado de “a banda de um sucesso só”, o que não deixa de ser verdade, se considerarmos o ranking de sucessos que a banda emplacou no mercado da música, um só.
Porém, ao vivo se mostrou confiante e bastante competente, desfilando seu repertório de rocks clássicos e solos de guitarras para uma plateia ainda pouco molhada. Quando o show se encaminhava para o final e, claro, seu sucesso The Final Coundown fecharia o show, o Europe teve que interromper sua apresentação em razão de uma forte chuva de granizo que fez o público correr para se proteger e a banda encerrou seu show sem tocar o maior (e único) sucesso.
Após a tempestade, a Pedreira virou uma grande piscina de água e lama, mas sem perder o calor dos amantes do verdadeiro rock que não abandonaram o local até o final das apresentações de Whitesnake e Scorpions.
O palco foi invadido por granizo e a organização teve que reorganizar tudo secando os equipamentos, o que fez da espera na chuva um interminável flagelo de água, vento e frio.
O Whitesnake subiu ao palco com o firme propósito de levantar a plateia apedrejada, molhada e insana por mais rock and roll.
David Coverdale é um ícone na história do rock desde que foi chamado ao Deep Purple para substituir Ian Gillan. Participou do memorável álbum “Burn”, em 1974 e quatro anos depois formou o Whitesnake. Em maio desse ano, eles lançaram o 13° álbum de estúdio, “Flesh and Blood” que está sendo divulgado nos shows da banda pelo país.
Além do vocalista David Coverdale, o Whitesnake conta Rob Beach e Joel Hoekstra (guitarras), Tommy Aldridge (bateria), Michael Devin (baixo) e Michele Luppi (teclados). Solidário com o público, Coverdale, um senhor de 67 anos, passou o show todo na passarela que o levava mais perto da plateia, compartilhando a chuva torrencial que continuava caindo sem intervalos. Destaque especial para o baterista Tommy Aldridge, pioneiro na técnica de tocar bateria com dois bumbos e que já trabalhou com nomes como Ozzy Osbourne, Black Oak Arkansas e Thin Lizzy.
A grande atração da noite, o Scorpions trouxe uma mega produção de palco com projeções, luzes e um som limpo e pesado. Formado por Klaus Meine (vocal), Rudolph Schenker e Mathias Jabs (guitarras), Pawel Maciwoda (baixo) e Mikkey Dee (bateria), o Scorpions já tem 50 anos de carreira e trouxe para Curitiba um apanhado de seus maiores sucessos.
Klaus Mine, com seus 71 anos, já não tem a mesma versatilidade vocal dos bons tempos do Scorpions, mas demonstrou enorme energia e presença de palco ignorando a chuva e o frio, algo meio comum para quem veio da Hanover, Alemanha.
Aos amantes do rock and roll, independente de chuva, granizo, frio ou lama, ficou a sensação de assistir alguns dos “dinossauros do rock” que têm até hoje influenciado muitas gerações e embalados muitos amores com suas melodias repletas de riffs de guitarras. Muito provavelmente esta apresentação na Pedreira Paulo Leminski pode ter sido a derradeira oportunidade de assistir ao vivo estas bandas e seus velhinhos insanos.