No ano passado, o setor de franquias do Brasil teve um crescimento de 7% em faturamento, saltando de R$ 163,3 bilhões para R$ 174,8 bilhões, de acordo com estudo divulgado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). O ramo de alimentação aumentou na mesma proporção, saindo de R$ 42,8 para R$ 45,8 bilhões no faturamento. Os motivos apontados pela entidade para a expansão do setor foi a melhora da confiança dos empresários e os sinais de retomada da economia.
Os resultados financeiros são acompanhados de um aumento no número de unidades, que saltaram 5% com novos formatos e modelos, e, como consequência, de empregos. O índice de postos de trabalho aumentou 8%, considerando vagas fixas, temporárias e intermitentes. Ao todo, o número de empregados das franquias saiu de 1,19 milhão de pessoas para R$ 1,29 milhão. E a projeção para 2019 segue inabalável: aumento de 8 a 10% no faturamento; de 5 a 6% em unidades; e de 5% em empregos.
Um grupo de empresários curitibanos está disposto a aproveitar este momento positivo para fazer com que seus negócios extrapolem os limites da capital paranaense ou do estado, caso do Sirène (www.sirene.com.br), que vendeu 70 mil porções de fish & chips em 2018, do New York Cafe (www.newyorkcafe.com.br), que faturou 0R$ 1,85 milhão em sua loja conceito de Curitiba, e a WhataFuck Hamburgueria (www.whatafuck.com.br), que em 2018 vendeu em média 30 mil hambúrgueres e 12 mil litros de chope por mês.
Os planos
O Sirène conta com sete lojas em operação, três comandadas pelos sócios e as demais são franqueadas, sendo que algumas já ultrapassaram as barreiras estaduais: estão em Brasília, São Paulo e Florianópolis. Neste ano, a expectativa é chegar a pelo menos dez unidades no país, considerando três novas lojas franqueadas nas cidades de Curitiba, Itajaí e Belo Horizonte. O investimento para abrir uma franquia varia de R$ 125 mil a R$ 175 mil, incluindo as taxas de franquia (suporte operacional, comercial, gestão e treinamentos) e de implantação.
A rede de fish & chips desenhou três formatos: o Pocket, de até 15 m2, o Express, que varia de 16 a 100m2, e o Standard, com metragem superior a 100 m2. A estimativa é que cada franqueado fature R$ 1 milhão por ano, sendo que o lucro líquido deve chegar a 20%, com tempo de retorno variando de 12 a 24 meses, de acordo com a praça e do investimento. “Estão aparecendo interessados novos todos os dias. A procura está grande”, conta um dos sócios do Sirène, Afonso Natal Neto.
No caso do New York Cafe, um ambiente descolado e aconchegante, onde o público tem a oportunidade de vivenciar o melhor da cozinha e da cultura nova-iorquina, a rede já comercializou 4 franquias no formato Donut Shop – um tipo de quiosque – em três shoppings e em uma loja de rua de Curitiba. A marca tem uma aposta ousada: abrir 10 novas lojas ainda neste ano e já programar, ao menos, 5 novas franquias no primeiro semestre de 2020. “Dentro dessa tendência, o propósito é atingir a Grande São Paulo no segundo semestre do ano que vem”, projeta o chef Luiz Santo, fundador do New York Cafe. “Já temos novas negociações na região metropolitana de Curitiba e no interior do Paraná, em cidades como Ponta Grossa, Londrina e Maringá”, diz.
Serão três modelos de franquias: além do Donut Shop, que terá no máximo 35m2; o conceito To Go, com até 80 m2, podendo ser implantado em shoppings ou lojas de rua; e a Concept Store, em ambientes de até 200 m2. O custo das franquias parte de R$ 200 mil e chegam a R$ 1 milhão, com toda a infraestrutura necessária e apoio para a operação, além da seleção do mix de produtos. A taxa de retorno é estimada em 24 meses.
No caso da WhataFuck Hamburgueria, que revolucionou o conceito de gastronomia de rua na capital paranaense, o propósito era de consolidar a marca no ano passado e dar os passos necessários rumo ao crescimento neste ano, sobretudo por meio das franquias. “Neste ano, nosso planejamento prevê o foco nesta expansão”, explica o sócio proprietário da rede WhataFuck Hamburgueria, Daniel Mocellin. Atualmente, a marca conta com três lojas próprias em Curitiba, todas com o conceito de gastronomia de rua, e está dando início ao projeto de franquias.