Sete veículos apreendidos nos últomos dias, pela fiscalização de trânsito feita em conjunto por agentes da Setran e guardas municipais, apresentaram saldo de infrações de mais de R$ 300 mil. Juntos, os sete automóveis somam R$ 369,8 mil (R$ 369.811,69) em multas não pagas, licenciamento atrasado e falta de pagamento das taxas obrigatórias do DPVAT (Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) e do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores).
Na manhã da última quarta-feira (10/10), numa blitz de rotina, foi apreendida uma pick-up Corsa na Rua Mariano Torres, esquina com a Marechal Deodoro, Centro. O veículo acumula dívidas de R$ 54 mil entre multas de trânsito e IPVA atrasado. A maior parte do débito é por infrações de estacionamento em local proibido e irregularidades no EstaR.
As infrações registradas dos sete veículos demonstra o comportamento corriqueiro de irregularidades praticadas pelos condutores que, mês após mês, continuavam agindo com imprudência no trânsito. Os débitos de cada veículo também alcançam mais que o dobro que o valor de mercado dos automóveis apreendidos.
“Os condutores destes carros são péssimos exemplos. Tem proprietário de carro apreendido que não recolhia IPVA há 10 anos. Nosso objetivo da Secretaria de Defesa Social e Trânsito é mostrar para o curitibano que essas pessoas serão punidas. Essa operação é um exemplo disso. Esses condutores cometerem crimes de trânsito”, explicou o secretário municipal da Defesa Social e Trânsito, Guilherme Rangel.
Carros
Um Fiat/Uno apreendido, após ser verificado que não possuía o devido licenciamento, superou R$ 77,7 mil em infrações previstas pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB). O Uno é o campeão entre os devedores apreendidos.
Outro carro flagrado em blitz, um GM/Classic, de fabricação ano 2009/2010, deve um total aproximado de R$ 55 mil em dívidas. Desse valor, R$ 50,2 mil só em infrações de trânsito, cometidas no período de 2012 a 2018.
“Com as nossas fiscalizações, queremos também valorizar o bom motorista, que cumpre as leis de trânsito definidas em âmbito federal”, disse o secretário da Defesa Social e Trânsito.
O IPVA do Classic não era pago desde 2014 e quem conduzia o carro costumava falar ao celular, dirigir acima do limite de velocidade estipulado, parar em vaga de idoso e sobre a faixa de pedestre, circular pela faixa exclusiva de ônibus e bloquear cruzamentos.
Mas a principal infração cometida pelo condutor era estacionar em desacordo com a regulamentação nas vagas de EstaR do Centro da cidade. O motorista levava multas seguidas, numa mesma rua ou adjacências, em datas consecutivas. Em vários dias, chegou a receber de duas a três infrações sobre a mesma conduta irregular.
“Isso aconteceu entre 2016 e 2017, período no qual a Prefeitura estava sem o serviço de guincho. Hoje, uma segunda autuação no mesmo dia, por este tipo de estacionamento irregular, já acarreta a remoção direta do veículo da via pública”, explicou Rangel.
Conduta de risco
O comportamento de quem dirigia os demais veículos apreendidos com grandes quantidades de multas era bastante similar. Extrapolar o tempo permitido em vagas regulamentadas, identificadas com placas que indicam a permanência máxima de ocupação em via pública, era a principal conduta irregular do automóvel GM/Corsa Sedan modelo 2008 apreendido. Foram 53 registros, somente neste ano.
Os cerca de R$ 37 mil em multas registradas do Fiat/Palio, apreendido pela Setran e pela Guarda Municipal no fim de setembro, incluem diversas multas. Excesso de velocidade, estacionamento em esquinas, estacionamento irregular em vagas regulamentadas, avanço do sinal vermelho, deixar de conservar a faixa de circulação a ele destinada e fazer conversão em local proibido pela sinalização (placas) fizeram parte das infrações do condutor do Palio. Tudo praticado desde o ano de 2015, até poucos dias antes da apreensão do veículo.
Já o motorista do Volkswagen/Gol ano 2011, com registro de quase R$ 50 mil em multas, tinha como hábito abusar da velocidade. A multa por trafegar acima dos limites estabelecidos foi a mais recorrente. Apenas neste ano, já tinham sido 36 registros dessa mesma infração. Num mesmo dia, o motorista chegou a passar por até três equipamentos de fiscalização eletrônica dirigindo acima da velocidade, por ruas que, frequentemente, registram atropelamentos e acidentes graves, como a Linha Verde (BR-476) e Avenida Comendador Franco.
Os sete veículos apreendidos estão recolhidos no pátio da Setran, que fica na Rua Alberto Klemtz, 310, Portão. Para os proprietários retirarem os veículos, eles precisam quitar todos os débitos. Caso não paguem, após 60 dias, o carro vai para leilão e o antigo proprietário é colocado na dívida ativa do município.