Jocimar dos Santos, de 43 anos, foi preso na tarde desta quinta-feira (19/07), suspeito de extorquir e ameaçar mulheres e transexuais, para que pudessem se prostituir nas ruas do bairro Boqueirão, em Curitiba. Segundo a polícia, ele estaria exigindo valores em dinheiro (uma espécie de pedágio), assumindo o posto de “gerente do sexo” deixado por outros suspeitos já presos. A ação foi realizada pela Delegacia de Furtos e Roubos (DFR).
De acordo com o delegado-adjunto da DFR, Emmanoel David, o homem passou a cobrar os valores de garotas de programa depois que um casal foi preso pelo mesmo crime, no dia 07 de maio deste ano. O delegado explica que o setor de investigação recebeu denúncias de que uma outra pessoa estaria realizando as extorsões e uma das equipes passou a realizar campanas próximo aos pontos de prostituição.
“Nós já vínhamos acumulando denúncias que chegaram logo após a prisão do casal, até que nesta quinta-feira, os policiais visualizaram o suspeito recebendo R$ 50 reais de uma garota de programa”, revela David completando que “o suspeito foi abordado, na rua Bartolomeu Lourenço de Gusmão e que a vítima imediatamente afirmou que teria entregue o dinheiro a ele”.
Na delegacia, o suspeito admitiu que realizava cobranças, porém afirmou que não fazia ameaças e que estaria cobrando pela “segurança das pessoas”. No entanto, algumas das vítimas relatam que sentiam-se coagidas a realizar os pagamentos semanais para poderem circular por determinadas ruas.
Histórico – As extorsões contra profissionais do sexo, nas ruas do bairro Boqueirão, já se tornaram frequentes. Em pouco mais de dois anos, foram presos cinco suspeitos que se sucediam na posição de gerente, promovendo extorsões contra garotas de programa e travestis.
Em 2016, policiais do 7º Distrito Policial da Capital cumpriram mandados de prisão contra um homem e um travesti, ambos suspeitos de extorquir e ameaçar as vítimas. Neste ano, no início de maio, os policiais da DFR prenderam um casal que teria assumido o espaço deixado pelos primeiros. Segundo as investigações, por semana, as vítimas eram obrigadas a pagar entre R$ 50 e R$ 200, sob pena de serem expulsas das ruas.