As críticas à atuação da concessionária EPR Litoral Pioneiro no Litoral do Paraná ganharam destaque em Paranaguá durante uma reunião realizada em outubro entre o prefeito Adriano Ramos, vereadores e representantes da empresa. Com a chegada do fim de ano e o aumento do fluxo de veículos na região, as cobranças feitas à época seguem atuais diante das preocupações com a manutenção das rodovias concedidas e a segurança de moradores e turistas.
Durante o encontro, o prefeito questionou a qualidade dos serviços prestados pela concessionária e cobrou maior clareza sobre a aplicação dos recursos arrecadados com o pedágio. “Eles alegam não saber onde devem atuar, mas arrecadam diariamente com o pedágio. Para onde está indo esse dinheiro?”, afirmou Adriano Ramos. Segundo ele, o município tem recebido relatos constantes da população sobre problemas recorrentes nas vias sob concessão.
O prefeito também destacou os riscos enfrentados por quem utiliza diariamente as rodovias do Litoral, especialmente em períodos de maior movimento. “O trecho está perigoso, com tráfego intenso de veículos pesados e acidentes já custaram vidas”, disse. Em outro momento, reforçou que a administração municipal não pretende recuar nas cobranças. “Vamos proteger nossa população, mesmo que a empresa não dê a importância devida. Não vamos aceitar mais negligência”, declarou.
Além da reunião, representantes do Executivo e do Legislativo realizaram vistorias em áreas sob responsabilidade da concessionária, como parte do acompanhamento das condições gerais das rodovias. De acordo com o prefeito, as visitas reforçaram a necessidade de respostas mais objetivas e de um planejamento claro de manutenção por parte da empresa.
O secretário municipal de Obras Públicas, Ozeias Rebello Costa, afirmou que a situação envolve também dificuldades de acesso às informações contratuais. “Precisamos de um diálogo mais aberto com a concessionária para entender todas as situações e responsabilidades. O município também deve ter acesso a essas informações”, destacou, ressaltando que a conservação das vias exige atenção permanente.
Na Câmara Municipal, o presidente Adalberto Araújo relatou que os parlamentares cobraram prazos para melhorias, mas receberam respostas consideradas vagas. “Pedimos que façam as melhorias nas vias, que são de responsabilidade deles, mas não tivemos uma resposta positiva para o município”, afirmou.
O vereador Edilson Caetano também demonstrou insatisfação com a situação. “A população reclama porque a via é de responsabilidade da EPR, não da prefeitura. O povo está cansado de pagar pedágio caro e não ter qualidade no asfalto”, disse.
Outros vereadores ressaltaram que as cobranças são antigas e recorrentes. Francisco Carlos Busmaier, o Chiquinho, afirmou que pedidos por limpeza, iluminação e asfalto de qualidade vêm sendo feitos há anos. Já Márcio Mesquita, o Gigante, destacou a falta de sinalização e de estruturas básicas em rodovias do Litoral. Para Halleson Stieglits, a mobilização demonstra união do Legislativo. “Essa é uma ação conjunta dos vereadores. Estamos buscando alternativas para que a empresa dê o devido valor à população de Paranaguá”, declarou.
Com o aumento do fluxo de veículos no Litoral do Paraná neste período de fim de ano, a Prefeitura de Paranaguá e a Câmara Municipal afirmam que seguem cobrando providências da EPR Litoral Pioneiro e aguardam posicionamentos sobre manutenção, investimentos e planejamento das rodovias concedidas, consideradas essenciais para a segurança e a mobilidade regional.
Nota EPR Litoral
A EPR Litoral Pioneiro encerra nesta sexta-feira (19) a primeira fase de obras do ciclo de obras chamado “Ano II”, que consiste na recuperação das rodovias sob sua administração. A concessionária realizou durante o ano um trabalho significativo nos 605 quilômetros onde atua, garantindo mais conforto e segurança aos motoristas.
“Os usuários que circularem pelas rodovias sob concessão neste fim de ano terão ainda mais segurança durante suas viagens. As obras realizadas contemplaram intervenções profundas que impactam diretamente na qualidade e na durabilidade das estruturas”, comenta o diretor de Engenharia da EPR Litoral Pioneiro, Juarez Cordeiro. “Isso significa fluidez segura e eficiente, tanto para os veículos de pequeno quanto para os de grande porte”, destaca.
O foco do trabalho foi a recuperação do pavimento e a conservação das rodovias. No trecho do Litoral, as obras atuaram em 881 mil metros² de pavimento, com a aplicação de 61 mil toneladas de asfalto, com prioridade para o trecho de Serra do Mar. Além disso, foi realizada a pintura de mais de 40 mil metros² de faixas de sinalização horizontal e a aplicação de 10 mil tachas nas rodovias BR-277, PR-407, PR-408 e PR-508.
Outro destaque é a recuperação das passarelas para pedestres na PR-407, em Paranaguá, e o reforço da estrutura da ponte sobre o riacho Passa Sete, na PR-408, em Morretes, que permitiu o aumento da capacidade no fluxo em direção a Morretes e Antonina.
Na avenida Ayrton Senna, em Paranaguá, as equipes realizaram a recuperação do pavimento rígido, essencial para o fluxo de veículos em direção ao Porto de Paranaguá. Entre os meses de novembro e dezembro foi executada a recuperação de mais de 25 placas de concreto em pavimento rígido na via.
Campos Gerais e Norte Pioneiro
As rodovias do interior também tiveram melhoria na qualidade e na capacidade de tráfego com as obras de recuperação. Pontos importantes das BRs 153 e 369, e das PRs 151, 092 e 855 receberam recuperação no pavimento em locais relevantes para os usuários.
“O trecho entre os Campos Gerais e o Norte Pioneiro também foi prioridade na atuação da EPR Litoral Pioneiro durante este ano, dada a relevância das rodovias da região e a circulação da produção agrícola paranaense”, comentou Cordeiro. Foram mais de 5,5 mil toneladas de asfalto aplicadas nas rodovias, junto com a realização de 92 mil metros² de microrrevestimento asfáltico na PR-151, além do trabalho de reciclagem do pavimento na PR-092.
Operação Verão
A concessionária finaliza a execução do trabalho no primeiro bimestre de 2026 e durante sua Operação Verão não deve realizar obras com interdição de rodovia durante os dias de maior movimento. Serão executados apenas reparos emergenciais caso se mostrem necessário. O objetivo é garantir fluidez de tráfego aos usuários que circulam pelos trechos concedidos e manter elevados níveis de segurança.


