Copel lidera ranking de reclamações e cai entre as piores em qualidade de energia no país

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Foto: JP Gomes/Copel

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) acumula falhas recorrentes na prestação de serviços que afetam diretamente a vida de moradores, empresários e produtores rurais do Paraná. Entre 2023 e 2025, o que se viu foi uma escalada de reclamações, quedas de energia frequentes, instabilidade na rede e resposta lenta da empresa, agravando o cotidiano de milhões de pessoas no estado.

De setembro de 2023 a agosto de 2024, mais de 3 milhões de reclamações por falta de energia foram registradas — o maior número entre todas as distribuidoras do país. O volume revela um padrão preocupante: a maioria das queixas está relacionada à interrupção do serviço, e em diversas regiões, os apagões ocorrem com frequência mensal ou até semanal.

No campo, produtores rurais relatam prejuízos graves: oscilações de energia danificam equipamentos, interrompem produções e forçam o uso constante de geradores a diesel. Em Candói, por exemplo, uma única sequência de 10 quedas de energia resultou na perda de mais de 2 mil litros de leite. Em novembro de 2025, lideranças do setor agrícola do oeste do estado afirmaram que a Copel “vem empurrando o problema com promessas, sem resolver a instabilidade”.

No comércio, o cenário também é alarmante. Empresários de cidades como Cascavel e Guaíra relatam interrupções quase diárias, equipamentos queimados e perda de mercadorias. O contato com a Copel durante apagões é considerado ineficiente, e a falta de retorno agrava o prejuízo. “Falta energia, falta informação, falta solução”, resumiu uma representante do setor comercial da região.

A Copel tenta justificar seu desempenho destacando que, em 2024, ficou abaixo da meta nacional de duração média das quedas (DEC), encerrando o ano com 7,9 horas por unidade consumidora. Mas a realidade dos consumidores mostra que o problema não está só na duração dos apagões, mas na frequência e na incapacidade da rede de suportar eventos climáticos ou demanda elevada.

O retrato do fracasso operacional foi confirmado pelo ranking nacional da ANEEL de 2024: a Copel Distribuição ficou na penúltima posição entre as maiores distribuidoras do Brasil em continuidade de serviço. Apesar das promessas de melhorias, o fornecimento continua falho, e os impactos seguem se acumulando — tanto nas zonas urbanas quanto no interior.

Com tarifas em alta e redes instáveis, cresce a sensação de abandono entre os consumidores. A energia que deveria sustentar o desenvolvimento do estado tem sido, para muitos, uma fonte constante de insegurança e prejuízo.

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