O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso na manhã deste sábado (22), após o Supremo Tribunal Federal (STF) acatar pedido da Polícia Federal (PF) para decretar sua prisão preventiva. A medida, segundo autoridades, não se relaciona diretamente à condenação por tentativa de golpe de Estado, mas foi adotada como ação cautelar diante de novos fatos atribuídos ao ex-presidente.
A decisão foi motivada por uma convocação feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), na noite de sexta-feira (21), para que apoiadores realizassem uma vigília em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar. A PF avaliou que a mobilização poderia causar risco à integridade dos participantes e das equipes de segurança, levando à solicitação de prisão para garantir a ordem pública.
Bolsonaro foi detido por volta das 6h, sem resistência, e conduzido para a sede da Polícia Federal, onde chegou às 6h35. Após os procedimentos formais, ele foi transferido para a Superintendência da PF, em espaço reservado a autoridades, como determina o protocolo para ex-chefes de Estado. Michelle Bolsonaro não estava presente na residência no momento da abordagem.
No início da manhã, agentes do Instituto Médico-Legal estiveram na superintendência para realizar o exame de corpo de delito, evitando deslocamento externo e exposição pública. Em comunicado oficial, a Polícia Federal informou apenas que cumpriu mandado expedido por decisão do STF. A defesa de Bolsonaro declarou que não havia sido formalmente notificada sobre a prisão até pouco antes das 7h.
O ex-presidente estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, que apontou descumprimento de medidas cautelares impostas anteriormente. Segundo o ministro, Bolsonaro teria utilizado perfis de aliados, incluindo de familiares parlamentares, para disseminar mensagens consideradas incitadoras de ataques ao Supremo e de apoio a interferências externas no Judiciário.
Com a nova medida, Bolsonaro permanece sob custódia da PF enquanto seguem os trâmites judiciais relacionados à prisão preventiva. A Justiça deverá decidir, nos próximos dias, se a prisão será mantida, revogada ou convertida em outra modalidade de medida cautelar.





