O advogado Jeffrey Chiquini e o jovem Wesley, envolvido na briga com o deputado estadual Renato Freitas (PT), concederam coletiva de imprensa nesta sexta-feira (22) para apresentar a versão do motorista sobre o confronto registrado no centro de Curitiba no dia 19. A fala ocorreu após o parlamentar divulgar sua própria explicação do episódio horas antes. A defesa afirma que Freitas iniciou as agressões e tentou atribuir a responsabilidade ao assessor que o acompanhava.
De acordo com Chiquini, Wesley trabalhava como motorista no local no momento do caso e teria sido abordado e agredido enquanto desempenhava suas funções. O advogado afirmou que o deputado teria iniciado os golpes e que sua versão sobre legítima defesa seria uma tentativa de transferir a responsabilidade para o assessor. Chiquini também declarou que o episódio será levado às autoridades e classificou a atitude do parlamentar como incompatível com o mandato.
Wesley relatou que o primeiro contato ocorreu enquanto manobrava o veículo próximo à calçada, quando Freitas e sua companheira atravessaram a rua. Segundo ele, não havia faixa de pedestres no local e o aviso foi apenas uma orientação de trânsito. O motorista afirma que o deputado teria reagido com xingamentos e questionamentos sobre ser reconhecido. Em seguida, diz que estacionou o carro e foi surpreendido pela aproximação do parlamentar e do assessor, que teriam iniciado a violência.
Sobre os golpes, Wesley disse que o primeiro contato físico partiu do deputado, que teria desferido um chute e socos antes de derrubá-lo. Ele afirmou que tentou apenas se proteger enquanto estava no chão e que não reagiu fisicamente. O motorista também declarou não ter usado injúrias raciais e afirmou que não reconhecia o deputado no momento da discussão, sendo informado sobre a identidade dele apenas depois do episódio.
O jovem afirmou ainda que procurou aproximar-se do veículo apenas para identificar a placa e registrar os dados dos envolvidos, e negou ter batido no carro, como relatado pelo deputado. Wesley disse que o confronto se intensificou quando Freitas retornou ao local e que só soube da relevância política do caso quando foi informado por terceiros após a agressão.
A defesa afirmou que pretende acionar as instâncias criminais, civis e legislativas contra o deputado, e que o caso será apresentado como agressão injustificada contra um trabalhador durante o expediente. Chiquini afirmou que busca responsabilização do parlamentar e que irá contestar publicamente a versão apresentada na coletiva de Freitas.





