O ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, e sua esposa se apresentaram voluntariamente à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba na manhã desta quinta-feira (13), onde tiveram a prisão efetivada. A ação integra uma nova etapa da Operação Sem Desconto, que investiga um amplo esquema de descontos associativos não autorizados aplicados a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social.
Virgílio foi afastado do cargo em abril deste ano e, em outubro, prestou esclarecimentos à CPMI do INSS. Segundo a investigação conduzida pela Polícia Federal, ele teria validado um parecer técnico que permitiu o desbloqueio em lote de benefícios para descontos associativos a pedido da Contag, uma das entidades apontadas como participante do esquema. A PF indica ainda que a esposa do ex-procurador e uma empresa ligada a ela teriam recebido valores expressivos de companhias associadas a Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, além de repasses suspeitos envolvendo outros familiares.
A operação desta quinta-feira mobiliza agentes da PF e auditores da Controladoria-Geral da União em 14 estados e no Distrito Federal. Estão sendo cumpridos 63 mandados de busca e apreensão, dez ordens de prisão preventiva e diversas medidas cautelares. Entre os alvos está o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto, que comandou a autarquia no atual governo federal. Já José Carlos Oliveira, ex-ministro do Trabalho e Previdência no governo de Jair Bolsonaro, deverá utilizar tornozeleira eletrônica.
Durante o cumprimento das ordens judiciais, foram apreendidos veículos de luxo, armas, munições e quantias em dinheiro. As determinações foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal, que conduz a investigação sobre crimes como inserção de dados falsos em sistemas públicos, organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção e ocultação patrimonial.
A nova fase da Operação Sem Desconto amplia o alcance das apurações e reforça as medidas de responsabilização em torno do esquema que gerou prejuízos bilionários a segurados do INSS, enquanto as autoridades seguem analisando documentos e rastreando fluxos financeiros envolvidos nas práticas investigadas.






