O Hospital Santa Casa de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, está erguendo um bunker destinado a abrigar um equipamento de alta tecnologia para o tratamento de câncer. O acelerador linear, inédito na América do Sul, utiliza inteligência artificial (IA) para direcionar com precisão doses de radiação ao tumor, preservando os tecidos saudáveis ao redor.
Para garantir a segurança durante o funcionamento do equipamento, o bunker foi projetado com paredes de até 2,20 metros de espessura, capazes de conter toda a radiação emitida. A construção exigiu uma operação complexa de engenharia, que envolveu mais de 95 viagens de caminhão para o transporte de aproximadamente 800 metros cúbicos de concreto. Durante a concretagem, cerca de 30 toneladas de gelo foram utilizadas para controlar a temperatura do material e evitar retrações, um cuidado essencial para garantir a durabilidade da estrutura.
O projeto faz parte da revitalização do antigo Hospital Evangélico de Ponta Grossa, fechado desde 2016, que está sendo transformado em um centro de referência em oncologia. O investimento total ultrapassa R$ 20 milhões, com recursos provenientes da Itaipu Binacional, do Governo do Estado e de emendas parlamentares. Desse montante, R$ 8,4 milhões são destinados à construção do bunker e R$ 12 milhões à aquisição do acelerador linear.
Com a conclusão da obra, a capacidade de atendimento oncológico da Santa Casa deve dobrar. A expectativa é de que a nova unidade realize mais de sete mil consultas e mais de dois mil procedimentos por mês, atendendo pacientes de 28 municípios da região. O hospital projeta que o novo equipamento trará avanços significativos na precisão e na eficiência dos tratamentos contra o câncer, reforçando o papel de Ponta Grossa como polo de referência em saúde no interior do Paraná.





