Por determinação do prefeito Rafael Greca, a Procuradoria Geral do Município está entrando com ação de Tutela de Urgência com o objetivo de obter ordem judicial que possibilite a volta do abastecimento à Ceasa (Central de Abastecimento do Paraná) em Curitiba, responsável pela distribuição de alimentos em toda a capital.
A unidade fica às margens da BR-116 e sofre com os bloqueios impostos pela greve nacional no setor de transportes, que impedem a chegada de gêneros alimentícios.
O prefeito anunciou a medida a lideranças do setor produtivo reunidos nesta terça-feira à noite no Palácio 29 de Março para discutir a crise (veja a lista completa dos participantes abaixo).
Entidades como Ocepar e Fecomércio estudam medidas semelhantes e apoiaram a iniciativa.
“Meu dever é insistir na defesa da cidade”, disse Greca. “É uma questão de defesa social, de defesa civil, de sobrevivência econômica e de humanidade.”
A ação busca garantir o direito de ir e vir em Curitiba, destacou o prefeito, que defendeu a importância da reabertura de todas as estradas no estado.
“Consideramos também o risco de desabastecimento que aflige nossa cidade”, afirmou Greca, citando que 11 mil refeições diárias de programas do Sesc e da Fecomércio estão sob risco, além das 4.700 refeições servidas nos Restaurantes Populares de Curitiba.
“Precisamos garantir também o abastecimento do Mercado Municipal, dos 15 Sacolões Populares, dos 40 Armazéns de Família, dos quais 33 ficam em Curitiba e sete nas cidades vizinhas, das 92 feiras livres e dos 900 supermercados da nossa grande cidade”, afirmou o prefeito.
Respaldo
Greca ressaltou que decisões da Justiça e medidas do governo federal foram tomadas no mesmo sentido do que pede a ação curitibana, que é o de restabelecer a normalidade no abastecimento e o livre trânsito nas estradas. Foi o caso da liminar contra a greve do setor de transportes emitida pelo Superior Tribunal de Justiça e do decreto da Presidência da República atendendo medidas reivindicadas pelo movimento, por exemplo.
Apoio
Representante da Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), Flávio Turra destacou que ação da Prefeitura é um importante instrumento de pressão, que tende agilizar a solução da crise atual. “É um tipo de inciativa fundamental”, afirmou ao final do encontro com o prefeito.
“A situação está ficando muito crítica. O desabastecimento está sendo quase generalizado. Estamos falando de quase 40 mil empresas prejudicadas só no setor de alimentos no Paraná”, disse o presidente da Fecomércio, Darci Piana. “A entidades estão em sintonia com as autoridades. Hoje estivemos com o prefeito, ontem estivemos com a governadora para encontrar soluções.”
Participantes
Participaram na reunião os presidentes da Fecomércio-Pr, Darci Piana; da Associação Comercial do Paraná (ACP), Gláucio Geara; da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), Sérgio Malucelli; o gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Flávio Turra; o superintendente da associação paranaense de supermercados (Apras), Valmor Antônio Rovaris; o gerente jurídico e corporativo de controle da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Celio Roberto de Morais.