A jornalista Cristina Graeml oficializou nesta sexta-feira (26) sua filiação ao União Brasil, em evento realizado em Curitiba com a presença do senador Sergio Moro. Esta é a terceira mudança de legenda em apenas um ano: em 2024, durante a eleição municipal, ela esteve vinculada ao PMB e ao Cidadania, e agora passa a integrar os quadros do União.
A decisão chama atenção por se tratar de um partido identificado como integrante do Centrão e que até recentemente fazia parte da base do governo Lula. A movimentação contrasta com os discursos de Graeml durante a campanha à Prefeitura de Curitiba em 2024, quando criticava duramente o “sistema” político e partidos que se aliavam ao governo federal.
O União Brasil integrou a base de apoio do governo Lula no início do atual mandato. A sigla ocupou ministérios importantes, como o do Turismo, comandado por Daniela Carneiro, e o das Comunicações, com Juscelino Filho, além de participar de votações estratégicas no Congresso. Essa aproximação com o governo federal consolidou o partido como parte do Centrão, bloco que negocia cargos e espaço político em troca de sustentação parlamentar.
Na coletiva, Cristina lembrou sua passagem pelo Podemos e agradeceu o apoio recebido após as eleições municipais. “Eu sou muito grata ao senador Álvaro Dias e à presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu, que me acolheram no partido no momento em que eu saía de uma eleição municipal muito disputada, em que eu realmente estava sozinha no sentido político partidário, porque nem mesmo o partido pelo qual disputei a eleição me apoiou no segundo turno”, declarou.
A jornalista também destacou o capital político conquistado em 2024. “Foram 390.254 votos, aquele capital político estrondoso. Todos os partidos entenderam que havia uma voz ecoando de Curitiba para o interior do Estado”, afirmou.
Ao justificar a mudança para o União Brasil, Graeml mencionou o convite da direção nacional do partido e a aproximação com Sergio Moro. “Houve esse alinhamento mais recente agora, pelo convite também do presidente Antônio Rueda, a quem eu agradeço, para que eu viesse para o União Brasil. As palavras são coragem, força e união, e é isso que nos move”, disse.
Na mesma fala, reiterou seu histórico de enfrentamento ao PT: “É o que fez a minha carreira no jornalismo, levando a verdade sobre o PT, sobre os partidos coligados ao PT, sempre indo contra o Brasil, vivendo de mentiras. É isso que eu combato no jornalismo e é isso que eu acho que a nossa União representa também”.
Cristina também se colocou como pré-candidata ao Senado Federal em 2026, prometendo atuação municipalista caso eleita. “Me comprometo desde já a ser uma senadora municipalista, no sentido de não esquecer quem está no contato direto com a população, precisando da verba e de portas abertas em Brasília. É isso que a gente não pode mais aceitar: a máquina pública federal trabalhar contra determinados estados ou municípios por motivos partidários”, declarou.
Com a entrada no União Brasil, Cristina passa a compor justamente a estrutura que antes combatia em seus pronunciamentos. Até que enfim, como avaliam observadores políticos, a ex-candidata à Prefeitura passa a fazer parte do “sistema” que tanto criticava.
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