Em Mato Grosso, que registrou até a manhã desta quinta-feira 25 pontos de bloqueios, o protesto já afeta o abastecimento do Ceasa – de onde são distribuídos frutas, legumes e verduras para todo o Estado, no atacado e varejo. Em nota, a Associação de Supermercados de Mato Grosso informou que já identificou alguns itens que podem sofrer desabastecimento, como carne e verduras. Em Sinop (418 quilômetros de Cuiabá), o estoque de combustível para aviões tem o abastecimento ameaçado, com restrições na aviação executiva (voos privados). Em Lucas do Rio Verde (354 quilômetros de Cuiabá), um caminhão foi incendiado, segundo sites locais.
O medo de que a greve afete o funcionamento de órgãos públicos, escolas e até do comércio e o sistema de transporte público – provoque o desabastecimento de alimentos na Região Metropolitana do Recife muitos consumidores foram até a CEASA para comprar frutas, verduras e outros mantimentos. Dos 700 caminhões que deveriam descarregar produtos no local nesta manhã, apenas 300, segundo a direção da Ceasa, conseguiram chegar.
Como resultado, alguns itens tiveram o preço elevador, a exemplo da batata inglesa, cujo quilo passou de R$ 4,90 para R$ 6,20. Foi o caso da dona de casa Lúcia Dias, 52. "No mercadinho perto de minha casa já não tinham alguns produtos e por isso eu vim na Ceasa tentar comprar. Consegui, mas com o preço mais alto que o normal", comentou.
Compras limitadas
Diante da possibilidade de não conseguir receber mercadorias nos próximos dias, a rede de supermercados Carrefour limitou, em todo o País, as compras de seus clientes a cinco unidades de cada produto. Nas lojas da empresa, placas e avisos sonoros informam que o limite foi estabelecido devido à greve dos caminhoneiros. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, a medida é preventiva.
Na manhã desta quinta-feira, não faltavam itens nas gôndolas do Carrefour do Bairro do Limão, na zona norte de São Paulo, e vários fornecedores preenchiam as prateleira. Os consumidores também não se mostravam preocupados nem compravam mercadorias para estocar. A dona de casa Maria Alzira Serafim, de 36 anos, disse que não compraria mais por causa da paralisação dos caminhoneiros. "Ouvi as notícias e fiquei preocupada com a greve, mas nem pensei em levar mais. A gente espera que resolvam isso (a greve) logo."
Em nota, a rede informou que está acompanhando atentamente os movimentos dos caminhoneiros e a negociação com o governo. "O abastecimento segue sem muitos problemas em suas lojas em função dos volumes de estoques e que busca alternativas para atender o maior número de clientes. A empresa já está em contato com fornecedores locais para continuar garantindo o abastecimento."