Vereador aciona Justiça contra reitor da UFPR e diretora após nota que atribuiu violência a palestrantes

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Foto: Divulgação

O vereador Guilherme Kilter (NOVO) protocolou uma interpelação criminal contra o reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Marcos Sfair Sunyé, e a diretora do Setor de Ciências Jurídicas, Melina Girardi Fachin – filha do ministro Fachin, do STF. A medida foi tomada após a publicação de uma nota oficial da instituição, em 9 de setembro, que insinuou que os palestrantes convidados para o evento “Oficina de Direito e Política: Como o STF tem alterado a interpretação constitucional?” teriam “forçado a entrada” no prédio histórico e “empurrado o vice-diretor do Setor”.

Segundo o vereador, a nota não apenas omite fatos importantes como também deturpa os acontecimentos, lançando sobre os palestrantes uma acusação grave e sem provas. O texto da UFPR sugere que os convidados foram responsáveis por atos de violência, quando na verdade os incidentes registrados no prédio histórico decorreram da ocupação de manifestantes contrários à realização do evento, que bloquearam ilegalmente o acesso ao espaço e agiram de forma hostil contra os participantes.

“A nota da UFPR é ofensiva, genérica e contraditória em relação às próprias comunicações internas da Universidade, que já haviam alertado sobre a falta de segurança e os riscos de conflito. Estão tentando inverter os fatos e culpar as vítimas”, afirmou Kilter.

O processo (nº 0007190-16.2025.8.16.0196), distribuído na Central de Garantias Especializada de Curitiba, pede que os responsáveis pela nota esclareçam judicialmente:

* quem seriam os “palestrantes” acusados de forçar a entrada;
* quem teria empurrado o vice-diretor;
* por que manifestantes puderam ocupar ilegalmente o espaço, enquanto palestrantes e convidados tiveram o acesso impedido;
* e qual foi a base legal para restringir o ingresso em um evento previamente autorizado.

Na interpelação, o vereador reforça que a nota publicada pela UFPR ignora o contexto real, em que houve falha na garantia de segurança por parte da instituição, e cria uma narrativa que busca atribuir responsabilidade aos palestrantes pelo caos instalado. Essa postura, segundo Kilter, compromete a credibilidade da Universidade e expõe seus dirigentes a responderem judicialmente pelo que pode configurar crime de difamação (art. 139 do Código Penal).

“A UFPR falhou em garantir a segurança de todos os presentes e, em vez de assumir sua responsabilidade, preferiu atacar quem foi vítima de agressões e hostilidades. Não vamos aceitar calados. A verdade precisa ser restabelecida”, disse o vereador.

O caso agora aguarda manifestação da Justiça sobre a notificação do reitor e da diretora para que prestem os devidos esclarecimentos.

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