O Bar Kapele, um dos espaços mais tradicionais da boemia de Curitiba, encerrou suas atividades no último sábado (23 de agosto), após 51 anos de história. Localizado na rua Saldanha Marinho, o estabelecimento foi palco de encontros que reuniram artistas, jornalistas, escritores, políticos e acadêmicos, consolidando-se como ponto de efervescência cultural na cidade.
Fundado em julho de 1974 por Siumara Rocha, a Mara, o bar começou na rua Barão do Serro Azul e depois se fixou na Saldanha Marinho, onde permaneceu até o fechamento. Por suas mesas passaram nomes como Paulo Leminski, Manoel Carlos Karam e Alceu Valença, que ajudaram a construir a memória cultural ligada ao local. Mara cuidou pessoalmente do espaço até seu falecimento, em 2020, e, desde então, a administração ficou sob responsabilidade de Silvana, que manteve vivo o legado até a decisão de encerrar as atividades.
O fim do Kapele ocorre poucos dias após o anúncio do fechamento do Bar do Ligeirinho, que também fez parte da tradição boêmia do centro da cidade por mais de sete décadas. Juntos, os encerramentos representam uma mudança significativa no cenário cultural curitibano, marcado pela perda de dois espaços que fizeram parte da memória de gerações.







