Curitiba foi a terceira capital brasileira que mais gerou empregos com carteira assinada no primeiro trimestre de 2018. O saldo, já descontadas as demissões no período, foi de 5.588 vagas, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. A capital só perde para Belo Horizonte (7.946) e São Paulo (29.772).
No mesmo período do ano passado, em meio aos efeitos da crise econômica, Curitiba havia criado apenas 227 vagas. Neste ano, o saldo é 25 vezes maior que no primeiro trimestre de 2017. Desde 2014 a capital paranaense não gerava um volume tão expressivo de empregos. Naquele ano, o saldo havia sido de 9.313 vagas no primeiro trimestre.
Nas dez agências do Sistema Nacional de Emprego (Sine) de Curitiba, o volume de atendimentos já reflete uma redução do desemprego. O número de processos de intermediação de mão de obra caiu 6,1%, – de 12.336 no primeiro trimestre de 2017 para 11.583 no mesmo período desse ano. O volume de pessoas para habilitação de seguro-desemprego também caiu, de 8.698 nos primeiros três meses do ano passado para 6.602 no primeiro trimestre de 2018, queda de 24%.
O trabalho do Sine, em convênio com o Ministério do Trabalho, é gratuito e funciona nas Ruas da Cidadania. “Hoje são quatro eixos de atuação previstos no convênio de descentralização do Sine. Além da intermediação de mão de obra, a população pode fazer a carteira de trabalho, acessar seguro-desemprego e ter capacitação e orientação profissional”, diz Cesário Ferreira Filho, diretor de Relações do Trabalho da Fundação de Ação Social – FAS Trabalho. De acordo com ele, somente no ano passado foram cerca de 400 mil atendimentos nessas quatro áreas.
Setores
A maioria das vagas criadas em Curitiba com carteira assinada é no setor de serviços. O saldo do setor foi de 5.330 vagas no primeiro trimestre, seguido pela construção civil, com 773, e indústria da transformação, com 308 vagas. “O que se observa é que a recuperação de renda e do consumo das famílias na área de serviços, como restaurantes, hotelaria, transportes e manutenção de residência, está levando o setor de serviços a voltar a contratar” diz Julio Suzuki Júnior, diretor presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes).
No Sine, as vagas mais ofertadas são de operador de telemarketing, balconista, auxiliar de cozinha, cozinheiro, empacotador, servente de limpeza, operador de cobrança e vendedor.
Preparo
A Prefeitura vem reforçando a atuação na orientação profissional na rede Sine. Na última semana, trabalhadores e pessoas que procuram o primeiro emprego participaram de palestras de orientação profissional nas dez Ruas da Cidadania da cidade. Planejamento de carreira, dicas para entrevistas, retorno ao mercado de trabalho e empregabilidade foram alguns dos temas. “Nos atendimentos do Sine, o trabalhador recebe orientação e também buscamos outras funções que ele possa se desenvolver, o que inclui, algumas vezes, voltar a estudar. O nível médio hoje é um balizador e um limitante. Então, o nosso trabalho também é mostrar novos caminhos”, diz Cesário.