Ranking não é sorte

Edson Lau
3 Min de leitura
Foto: Ricardo Marajó Prefeitura de Curitiba

Democracia sem resultado vira discurso vazio e dá espaço a discursos populistas. Da mesma forma, gestão pública sem dados é aposta no improviso, ou, pior, maquiagem de realidade. Governar é tomar decisão. E decidir sem indicadores é como dirigir no escuro com o farol desligado: você até pode ir longe, mas o risco de bater é enorme.

É por isso que os indicadores importam. Não como fetiche tecnocrático, mas como bússola. Eles medem, revelam, alertam e, principalmente, orientam o que precisa ser mantido, corrigido ou transformado. Em um tempo em que as redes sociais fabricam verdades instantâneas, inflam discursos fáceis e distorcem prioridades, os indicadores seguem sendo um antídoto contra a gestão baseada na conveniência.

O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), publicado há poucos dias, é um desses instrumentos que ajudam a separar retórica de prática. O IFDM avalia os municípios brasileiros em três pilares: emprego e renda, saúde e educação. 

A publicação colocou Curitiba em uma posição de destaque, ao alcançar um índice geral de 0,8855, como a capital mais desenvolvida do país e a terceira colocada no ranking nacional, atrás apenas de Águas de São Pedro (SP) e São Caetano do Sul (SP). No eixo de emprego e renda, por exemplo, a capital paranaense atingiu a nota máxima de 1,0000, demonstrando, de acordo com os critérios do indicador, a excelência do município na geração de empregos e na distribuição de renda. 

Além de Curitiba, outras cidades paranaenses também se destacaram no top 10 do IFDM 2025: Maringá (4ª posição), Toledo (6ª), Marechal Cândido Rondon (7ª) e Francisco Beltrão (9ª). 

Claro, nem tudo está perfeito e nenhum indicador diz tudo. Nenhuma métrica é capaz de traduzir a complexidade da vida cotidiana e dos desafios que cada um dos 5570 municípios do país tem que enfrentar. Mas ignorar os dados é abrir espaço para o chute, o achismo e o voluntarismo, e isso, no serviço público, sempre custa caro. Custa futuro, custa justiça, custa vida. 

Por isso, celebrar bons resultados não é triunfalismo, é reconhecer que quando a gestão funciona, quem ganha é o cidadão. E se há algo que o Brasil precisa hoje é de bons exemplos. Bons dados. E boa política.

 

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