Estadão Conteúdo
Criador de muitos super-heróis da Marvel, Stan Lee está precisando que um deles apareça para salvá-lo. O Hollywood Reporter teve acesso a uma declaração supostamente assinada pelo escritor na qual ele acusava a filha e pessoas próximas a ela de tentarem se apropriar de seu dinheiro e suas propriedades.
O documento, assinado em 13 de fevereiro deste ano no escritório de Tom Lallas, seu então advogado, foi escrito após Stan ter uma briga séria com a filha, Joan Celia "J. C." Lee, em sua casa.
Stan declarou que, apesar de sua filha, de 67 anos, não conseguir se sustentar sozinha, chega a gastar até R$ 136 mil por mês com cartão de crédito. Por isso, ele e a mulher, falecida em 2017, haviam criado um fundo para que, após sua morte, ela não fique desamparada.
O escritor contou ainda que J.C. constantemente pede para que ele passe dinheiro e propriedades do fundo para o nome dela.
Depois dessa contextualização, Stan Lee falou no documento que Jerardo "Jerry" Olivarez, Keya Morgan e Kirk Schenck, advogados de sua filha, estariam manipulando-a para se aproveitar do dinheiro dele e tomar o controle de suas propriedades.
Jerardo Olivarez é um dos homens que Stan Lee havia chamado de "homens maus" e que estaria tentando manipular sua filha. Ele é um publicitário que virou consultor de J.C. e acabou com uma procuração judicial para representar Stan após a morte de Joan. Ele alega ter recebido um cheque de R$ 1 milhão do escritor como presente, além de um apartamento no valor aproximado de R$ 2,9 milhões.
Outro nome citados por Stan é Keya Morgan, rapaz próximo ao escritor que também estaria interessado em seu dinheiro. Os dois, além de um terceiro funcionário de Stan Lee, Max Anderson, estariam numa briga que afeta a todos próximos do escritor. Max, por exemplo, é acusado de oferecer R$ 170 mil a uma enfermeira de Stan para fazer uma declaração de que ele era mantido em casa contra a própria vontade. Max confirma o tal pedido, mas nega que tenha oferecido dinheiro para a funcionária.
Alguns dias após a assinatura do documento, a polícia de Los Angeles foi chamada à casa do escritor por causa de uma briga envolvendo Tom Lallas. Depois do incidente, ele deixou de ser o advogado de Stan Lee.
A partir de então, J.C. e Keya Morgan passaram a diminuir o acesso do escritor a pessoas conhecidas. Eles contrataram um contador e um advogado novo, dispensaram os criados da casa e Mike Kelly, seu assistente há 25 anos, teve contato reduzido a ele. Além disso, seus e-mail e telefone também foram trocados.
Após saber que o Hollywood Reporter teve acesso à declaração, Keya Morgan gravou um vídeo no qual Stan nega que tenha assinado o documento e que seu conteúdo é "totalmente incorreto, mentiroso e insultante".
Em adição, a filha J.C. não se pronunciou, mas seu advogado falou ao site que ela não estava influenciando o pai, mas que um grupo de homens poderia, sim, estar manipulando-a.
Pessoas próximas à família disseram que Joan, mulher de Stan, era quem comandava as decisões familiares e quem tinha melhor relação com a filha. Com a sua morte em 2017, após sofrer um derrame cerebral, tanto a administração do lar quanto a saúde de Stan se complicaram. Em fevereiro deste ano, ele divulgou um vídeo no qual disse que estava enfrentando uma pneumonia.
Após o caso, o cineasta Kevin Smith se sensibilizou com a história e abriu as portas de sua casa para Stan: "Isso é de cortar o coração. Nós te amamos, Stan Lee. Sinta-se à vontade para vir morar comigo, ou deixe que nós, fãs, paguemos uma nova casa para você. Sentimos sua falta".