Um debate acalorado envolvendo a deputada Ana Júlia Ribeiro (PT) e o deputado Ricardo Arruda (PL) marcou a sessão desta segunda-feira (7) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). O embate, que teve início por conta de um requerimento sobre faltas em reuniões da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), acabou ganhando contornos de violência política de gênero após críticas do parlamentar bolsonarista à vestimenta da deputada petista.
A polêmica começou na semana passada, quando Ana Júlia solicitou ao presidente da CCJ, deputado Ademar Traiano (PSD), que fosse considerado o afastamento de Ricardo Arruda da comissão. A justificativa foi o não comparecimento do parlamentar a quatro reuniões ordinárias consecutivas. De acordo com o artigo 78, inciso II, do regimento interno da Casa, a ausência em três sessões seguidas pode resultar na declaração de vacância do cargo na comissão.
Em entrevista a jornalistas antes da sessão, Ricardo Arruda minimizou o requerimento apresentado por Ana Júlia e direcionou ataques pessoais à deputada. “Não tem nem pé nem cabeça o que ela falou, é uma coisa infantil. Essa deputada continua achando que está no Centro Acadêmico da Universidade dela, até pela roupa e pela fala”, afirmou.
A resposta veio em tom firme. Ao ocupar a tribuna, Ana Júlia denunciou o que classificou como violência política de gênero e reforçou que sua atuação segue os parâmetros do regimento da Alep. “Esse que não conhece o regimento da Casa veio hoje tentar me desmoralizar, me humilhar, dizendo que eu não sei o que estou fazendo aqui, que não sei ler o regimento, porque sou jovem, de primeiro mandato, pelo jeito que falo ou que me visto”, declarou a parlamentar.
A discussão se intensificou quando Ricardo Arruda, em nova fala, sugeriu que a forma de vestir da deputada não condizia com o ambiente do plenário. “Os deputados são obrigados a vir de paletó e gravata, as mulheres não têm isso no regimento. Mas todas vêm com uma vestimenta que condiz com o plenário. Ninguém vem de regata aqui, de shortinho”, disse, em referência à petista.
A fala gerou reações imediatas. A deputada Mabel Canto (PSDB) saiu em defesa de Ana Júlia, destacando que a colega estava adequadamente vestida e reforçando o direito das mulheres de escolherem suas roupas. “Mesmo que não estivesse, ela é uma mulher que pode vestir aquilo que ela deseja”, afirmou.
O deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSD) ironizou a postura de Arruda, dizendo que não sabia que ele também atuava como “crítico de moda”. O episódio evidenciou a tensão política e os desafios enfrentados por mulheres no espaço legislativo.
Após o bate-boca, o presidente da Alep, deputado Alexandre Curi (PSD), informou que o requerimento de Ana Júlia começou oficialmente a tramitar nesta segunda-feira, uma vez que foi protocolado após o encerramento do expediente da semana anterior. Curi afirmou ainda que será garantido o contraditório e que Ricardo Arruda terá oportunidade de apresentar sua defesa sobre as ausências na CCJ.
O caso expõe mais uma vez o ambiente hostil que parlamentares mulheres podem enfrentar no exercício do mandato, especialmente quando cobram responsabilidades institucionais e enfrentam estruturas marcadas por desigualdade de gênero.
@xvcuritibaA sessão desta segunda-feira (7) na Assembleia Legislativa do Paraná foi marcada por um embate entre a deputada Ana Júlia Ribeiro (PT) e o deputado Ricardo Arruda (PL). O motivo inicial da discussão foi um requerimento apresentado por Ana Júlia que pode levar ao afastamento de Arruda da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa. A parlamentar aponta que o deputado bolsonarista faltou a quatro reuniões consecutivas da comissão, o que, segundo o regimento interno da Alep, pode resultar na perda do cargo. O artigo 78, inciso II, estabelece a vacância após três ausências seguidas. Antes da sessão, ao justificar suas faltas, Arruda criticou a postura e a vestimenta da deputada petista. “Essa deputada continua achando que está no Centro Acadêmico da Universidade dela, até pela roupa e pela fala”, declarou. Em resposta, Ana Júlia subiu à tribuna e afirmou estar sendo vítima de violência política de gênero. “Veio tentar me desmoralizar porque sou jovem, de primeiro mandato, pela forma que falo e me visto”, disse. Arruda voltou a comentar o assunto, alegando que todos os deputados homens usam paletó e gravata, e que “nenhuma deputada vem de regata ou shortinho”. A fala gerou reações de outros parlamentares. Mabel Canto (PSDB) defendeu Ana Júlia, destacando que a deputada “pode vestir o que quiser”. Luiz Claudio Romanelli (PSD) ironizou dizendo não saber que Arruda também era “crítico de moda”. Após a polêmica, o presidente da Alep, Alexandre Curi (PSD), informou que o requerimento começou a tramitar oficialmente e que será garantido o contraditório para que Arruda apresente sua defesa. Siga @xvcuritiba Matéria completa no nosso site www.xvcuritiba.com.br #curitiba #xvcuritiba #parana #cwb #ctba #pr #brasil #noticias #curitibacool #curitibapr #curitibacity #curitibasustentável #curitibaturismo #curitibando #euamocuritiba #curitibagastronômica #curitibacultural #paranálovers #euamoparaná







