Dias antes de sua morte, o biólogo Nelson Rebello, conhecido popularmente como “Oil Man”, enviou mensagens em tom de desespero a um amigo, relatando fortes dores e abandono no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, em Curitiba, onde estava internado. As conversas foram divulgadas pelo advogado e mestre em Direito Diogo Busse, que gravou um vídeo emocionado sobre o caso enquanto pedalava pela cidade.
Nelson, figura folclórica da capital paranaense por andar pelas ruas de sunga e com o corpo coberto de óleo, relatou que havia perdido os movimentos das pernas e tratava uma pneumonia. Segundo ele, os médicos suspeitavam de uma síndrome neurológica, como Guillain-Barré ou polineuropatia. “Tô morrendo de dor aqui no Mackenzie – intestino preso”, escreveu em uma das mensagens.
Nas conversas com o amigo Guilherme, Nelson contou que sofreu um ataque de um cãozinho após cair no chão, já sem os movimentos das pernas. Ele teve os dois braços feridos e relatava dificuldades para receber atendimento médico. “Já vieram médico e enfermeira aqui me prometendo prescrição de laxativo e anestésico. Mas tô sem atendimento, não entendi”, desabafou.
As mensagens foram publicadas por Diogo Busse em sua rede social. No vídeo, o advogado demonstrou consternação com a forma como o biólogo foi tratado em seus últimos dias. “Eu não tenho como não pensar nessa figura admirável. Mas também não consigo deixar de compartilhar minha angústia com tantas homenagens agora, enquanto nos últimos dias ele pedia ajuda desesperadamente”, afirmou.
Nelson Rebello faleceu no sábado (29), aos 64 anos. A morte do Oil Man causou grande repercussão em Curitiba, onde ele era amplamente reconhecido e fotografado por moradores e turistas. O conteúdo das mensagens expôs a fragilidade e a solidão enfrentadas por ele pouco antes de partir.
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Conversa Nelson Rebello, com seu amigo Guilherme: