O Ministério Público do Paraná (MP-PR) deu sequência, nesta quinta-feira (6), à Operação Chave Pix, voltada para desarticular um suposto esquema de extorsão praticado por policiais militares na BR-277, no oeste do estado. A ação, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Foz do Iguaçu, mira a cobrança irregular de valores de compristas que trazem mercadorias do exterior.
As investigações começaram em outubro de 2023 e apontam que policiais exigiam pagamentos indevidos, principalmente via Pix, para liberar mercadorias e veículos durante abordagens na rodovia. Os valores eram transferidos para contas de terceiros e posteriormente repassados a familiares dos agentes envolvidos.
Com o apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Militar do Paraná, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu e Joinville, em Santa Catarina. As ações ocorreram em endereços ligados a nove policiais militares, quatro civis (incluindo um ex-PM) e na sede do Destacamento da PM em Santa Terezinha de Itaipu. Além disso, oito policiais foram afastados de suas funções por decisão do Juízo da Vara da Auditoria da Justiça Militar Estadual do Paraná, que também impôs medidas cautelares diversas da prisão.
Durante a operação, as autoridades buscaram apreender celulares, documentos, computadores, dinheiro e outros elementos que possam contribuir com as investigações. A primeira fase da ação, realizada em dezembro de 2023, já havia identificado cinco suspeitos, incluindo dois policiais militares e três civis.
Desde o início das investigações, cerca de 100 possíveis vítimas foram ouvidas, o que permitiu a identificação de novos envolvidos e reforçou a suspeita de que o grupo atuava de forma estruturada na região. As apurações continuam para aprofundar o caso e responsabilizar os envolvidos.
